Hospital de Mato Grosso administrado por OSS tem intervenção do estado após falhas

Hospital de Mato Grosso administrado por OSS tem intervenção do estado após falhas

sinope

As Organizações Sociais de Saúde (OSS) recebem os hospitais absolutamente aparelhados, de mão beijada. Tudo o que gastam é pago pelo governo do estado ou prefeitura. Além disso, recebem taxa de administração. E por que visam apenas lucro, embora se disfarcem de entidades filantrópicas, o resultado é o desmonte de equipamentos públicos e o descaso com a população que deles precisam.

No último dia 6 de novembro, mais um exemplo dos efeitos nocivos das OSS foi comprovado em Mato Grosso. Reportagem do G1 mostra que irregularidades no atendimento aos pacientes do Hospital Regional de Sinop, a 503 km de Cuiabá, levaram o governador Silval Barbosa (PMDB) a nomear um interventor para administrar a unidade pelos próximos seis meses.

Entre as irregularidades identificadas pela Auditoria-Geral do Estado (AGE) e pela Vigilância Sanitária estão a má qualidade do atendimento prestado e da alimentação. Além disso, as decisões judiciais em favor de pacientes não estariam sendo devidamente cumpridas. Atualmente, o hospital é administrado pela Fundação de Saúde Comunitária de Sinop.

A organização social deverá ser punida pelas falhas. Conforme decreto divulgado no Diário Oficial do Estado do último dia 6/12, o governador justifica a necessidade de fazer a intervenção para regularizar o gerenciamento do hospital. Em 30 dias, deve ser instaurado procedimento administrativo para apurar as irregularidades identificadas pelos órgãos fiscalizadores.

O interventor passa a ser responsável pela a gestão dos recursos financeiros destinados à unidade, por contratações e demissões funcionários.

Outras unidades

No Mato Grosso, as OSS dominam a administração de outros três hospitais: em Sorriso (que recentemente foi destaque na imprensa por problemas de atendimento e falta de condições de trabalho), Cáceres e Rondonópolis. Outros três, incluindo Sinop, estão sob intervenção do estado e a tendência, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), é o rompimento do contrato com as instituições por má gestão.

Desde maio deste ano, os hospitais regionais de Alta Floresta e Colíder, que eram administrados pela Instituto Pernambucano de Assistência e Saúde (Ipas), também estão sendo geridos pelo estado após intervenção por suspeita de desvio de recursos, atrasos no pagamento de salário dos médicos e enfermeiros e falta de licenças e alvarás de funcionamento. Por esses motivos, as unidades haviam sido notificadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Após intervenções, o governo rompeu neste ano dois contratos de gestão do Hospital Metropolitano de Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, e da Farmácia de Alto Custo. No ano passado, medicamentos vencidos foram encontrados no almoxarifado da Central Estadual de Abastecimento de Insumos de Saúde.

Deixe um Comentário

Você precisa fazer login para publicar um comentário.