Enquanto esteve em campanha para o Governo de Mato Grosso, Pedro Taques (PDT) se comprometeu, inclusive em seu programa de governo, que revisaria o modelo de gerenciamento da saúde por Organizações Sociais de Saúde (OSS).
Agora que foi eleito e empossado no cargo, o discurso do político no primeiro dia útil de mandato é outro. Aos jornais de Cuiabá, Taques já admite que deverá manter os contratos com as entidades que tanto criticou enquanto fez oposição à gestão de Silval Barbosa (PMDB).
Taques afirmou que vai avaliar, em separado, o desempenho das OSS antes de tomar qualquer decisão de rompimento dos contratos. Os servidores são contra e defendem o fim do modelo de gestão implantando pelo ex-secretário de Estado de Saúde, Pedro Henry.
“Não sou geneticamente contra as OSS, sou contra a picaretagem, malandragem, mal feito. Não quero generalizar, existem OSS que desenvolvem seus trabalhos com decência, é assim em Santa Catarina, São Paulo”, disse o governador.
Ele ainda afirmou que não vai sustar os contratos de afogadilho. “Eu, academicamente, defendi as OSS fora do sistema. Como político eu fui um dos primeiros a defender isso, mas hoje sou administrador do Estado e precisamos analisar caso a caso para de forma pontual possamos dar uma resposta a sociedade”, argumentou o chefe do Executivo Estadual.
O secretário nomeado para a pasta, Marco Bertúlio, também foi bem claro que as OSS devem continuar. Apesar do parecer contrário ao modelo de órgãos como Tribunal de Contas do Estado e Conselho Estadual de Saúde, ele defendeu que existem casos de sucesso em todo o país.
“O modelo adotado tem mostrado resultados satisfatórios em todo o país, mas aqui no Estado precisamos esclarecer alguns pontos, pois quando você contrata alguém para prestação de serviços e não estiver claro o que foi contratado, o que será exigido, existe a possibilidade de que o serviço seja prestado de forma inadequada, e é o que vivenciamos atualmente”, disse.
Não foi assim que ele se posicionou recentemente sobre o assunto, como mostraram várias reportagens de veículos regionais. Veja aqui
Conorme mostrou o Diário de Cuiabá, o Bertúlio, que é servidor público, disse categoricamente que se Taques fosse eleito e ele nomeado secretário estadual de Saúde, iria pôr fim às OSS, devolvendo a gestão de cada um dos hospitais regionais ao Estado.
Já Taques, em seu plano de governo, argumentava que a “privatização da saúde” favoreceu apenas a corrupção na secretaria que comanda o setor.
O que será que mudou de uma hora para outra?