Não cheira nada bem o acordo para pagamento de ‘dívidas’ entre a Organização Social Pró-Saúde, que administra o Hospital Municipal de Cubatão, e a prefeitura da Cidade.
Os vereadores analisaram a papelada e acharam que há indícios de irregularidades. Encaminharam para a Promotoria de Justiça e Cidadania de Cubatão que concordou que há motivos suficientes para iniciar uma investigação.
As informações foram publicadas nesta terça-feira (12), no Jornal A Tribuna. Segundo a reportagem, o acordo entre Prefeitura e a Pró-Saúde, gestora do Hospital Municipal, corresponde ao valor de R$ 20,3 milhões. A quantia é superior ao repasse anual, de R$ 16 milhões, do novo contrato firmado entre as partes para gerir o Hospital Municipal.
O montante dividido em 20 parcelas – dez quitadas – se deve a “reajustes anuais e juros por atrasos no repasse” mensal à entidade. É a primeira vez que a municipalidade reconhece o débito à organização, responsável desde 2003 pela unidade.
O acordo para o pagamento da dívida foi firmado em junho passado, seis meses antes de esgotar o contrato de gestão do hospital. Em janeiro, a Pró-Saude venceu nova licitação para gerenciar o complexo, por R$ 16 milhões ao ano.
No final de abril, o Ministério Público Estadual (MPE) recebeu representação dos vereadores de oposição Adeildo Heliodoro dos Santos, o Dinho (SDD), e Ivan da Silva (PDT). Eles questionam os valores e a forma como foi firma- do o contrato. “Não houve publicização do ato. Soa, no mínimo, imoral”, diz Dinho ao jornal.
O secretário municipal de Assuntos Jurídicos, Paulo Toledo, defendeu a administração. Ele afirma que cerca de 75% do valor repactuado se deve a reajustes contratuais, devido à inflação. O restante é decorrente de atrasos no repasse à empresa no período de queda de arrecadação municipal, entre 2012 e 2013.
“Há previsão legal e contratual (para a correção monetária). A Pró-Saude fez o requerimento, que foi analisado pelos setores competentes”.
Toledo sustenta que o acordo é menos oneroso que uma ação judicial para quitar o débito. “O Município evita, assim, a geração de milionários precatórios futuros”.
Segundo o Paço, a dívida oriunda de ações judiciais (precatórios) soma R$ 160 mi- lhões. Entre 2009 e 2014, R$ 48,5 milhões foram retirados dos cofres públicos para quitar os débitos. O secretário pondera que ainda são discutidos com a entidade valores de glosas (descontos) contratuais. E, caso sejam confirmadas incorreções no montante, pedirá o ressarcimento do excedente.
Em nota, a Pró-Saúde diz aguardar a notificação do MPE para se manifestar.
Veja a reprodução da matéria, publicada nesta terça (12/5):
Esta não é a primeira vez que a Pró-Saúde ocupa as páginas dos jornais por conta de problemas financeiros e suspeitas de irregularidades em contratos. O Ataque aos Cofres Públicos já reproduziu dezenas de denúncias publicadas na imprensa.
Veja algumas:
Calotes e irregularidades marcam história da Pró-Saúde em Cubatão
Justiça dá prazo de 30 dias para Pró-Saúde repassar ao município de Araguaína a gestão da saúde
Pró-saúde deixa profissionais do SAMU sem salários
Novo atraso de salários no Hospital Municipal de Cubatão
Justiça de Uberaba determina a suspensão dos contratos com a Pró-Saúde
Pró-Saúde de novo envolvida em polêmicas
OS Pró-Saúde é investigada em seis estados por irregularidades
Sem Comentários
Deixe um Comentário
Você precisa fazer login para publicar um comentário.
ABSURDO QUANDO SE FALA EM VALORES PAGOS OA REPASSE DE QUALQUE OBRAS NA CIDADE VALORES QUE NÃO CORRESPONDE AS REFORMAS,POIS AQUI SÓ FAZ REFORMAS MILIONÁRIAS UM DESCASO COM O DINHEIRO PÚBLICO FALTA MAIS INVESTIGAÇÕES SOBRE ESSE MUNICIPIO !