OSS contrata médica condenada por decapitação no Rio

OSS contrata médica condenada por decapitação no Rio

Conde-Modesto-Leal

Uma médica condenada pela Justiça mineira de participar do chamado “bando da degola” em Belo Horizonte (MG) trabalhava como se nada tivesse acontecido na região dos Lagos, no Rio de Janeiro.

Gabriela Corrêa Ferreira da Costa, 31 anos, foi contratada por uma Organização Social de Saúde e exercia a função de chefe da Unidade para Pacientes Graves do Hospital Municipal Conde Modesto Leal, de Maricá (RJ).

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Ela foi condenada por sequestrar e decapitar vítimas em Belo Horizonte. De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Gabriela Corrêa foi a pena foi fixada em 46 anos e seis meses, com direito a recurso. Ela recorreu e responde em liberdade. Será que ninguém checou a situação da contratada? O que a Secretaria de Saúde de Maricá tem a dizer?  

A farsa foi descoberta um mês e meio depois que a condenada foi contratada. Conforme o site G1, a Secretaria de Saúde afastou a moça nesta segunda-feira (15/6). Dias depois ela foi demitida.

Em nota, a assessoria da prefeitura informou que os registros da médica eram válidos e seu comportamento técnico foi considerado excelente. A assessoria também informou que o vínculo profissional da médica era com a Organização Social contratada para o gerenciamento da unidade. Ou seja lavou as mãos e jogou a responsabilidade para a entidade.

“A médica foi afastada […] imediatamente após conhecimento, através da imprensa, da existência de uma sentença judicial com condenação. A Secretaria acrescenta que desconhecia a existência do processo, uma vez que a documentação da médica junto ao conselho fiscalizador estava sem pendências, o que permitiu a contratação”, informou a nota.

A equipe do G1 tentou entrar em contato com os advogados de Gabriela Corrêa, mas os telefonemas não foram atendidos.
Entenda o caso
Gabriela Corrêa Ferreira da Costa foi condenada no dia 31 de março deste ano pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) pelos crimes de formação de quadrilha, extorsão, cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e destruição e ocultação de cadáver. Ela foi considerada pelo 2º Tribunal do Júri de Belo Horizonte culpada pelas mortes de Fabiano Ferreira Moura e Rayder Santos Rodrigues, que foram extorquidos, sequestrados, torturados e assassinados em um apartamento no bairro Sion, Região Centro-Sul da capital, em abril de 2010.

O grupo ficou conhecido como “Bando da Degola”. O TJMG informou que, ao ser interrogada, Gabriela, que mora e trabalha na cidade de Niterói (RJ), disse que sua participação no crime foi realizar saques nas contas das vítimas, e que foi obrigada a fazê-lo. Segundo a ré, o chefe do grupo começou a ameaçar e ferir seus parentes, um mês antes do crime, para forçá-la a participar da ação. A acusada ainda ressaltou em seu depoimento que sabia do crime de sequestro, mas não admite que participou de nenhum dos crimes de que é acusada.

Estamos tentando descobrir o nome da OSS que realizou o ‘brilhante’ trabalho de contratar para cuidar de doentes graves uma pessoa condenada, ainda que não de forma definitiva, pela Justiça por participar de crimes hediondos.

Mas independentemente do nome da ‘entidade’, este é mais um exemplo do total despreparo que a terceirização traz para a gestão pública. Você ainda é capaz de acreditar quando o prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) diz que a gestão compartilhada com OSs e Oscips trarão APERFEIÇOAMENTO E INOVAÇÃO aos serviços?

 

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