Será que de novo a velha e maléfica estratégia de deixar o atendimento aos cacos para depois justificar a terceirização por meio de Organizações Sociais (OSs) entra em ação em Santos?
De que forma o usuário do SUS poderia então entender a decisão do Governo do Estado em diminuir as equipes que atendem no Hospital Guilherme Álvaro (HGA), referência na Baixada Santista? De que outra maneira os pacientes podem entender a decisão do governo de não autorizar a reposição das 52 vagas que o HGA precisa, conforme seu próprio diretor afirmou?
De que outra forma o contribuinte poderia entender o fato de o quadro geral de profissionais ter sido reduzido em 71 funcionários, conforme publicou o Jornal A Tribuna, com base no DataSus?
Todas essas informações estão em reportagem publicada nesta sexta-feira (25/9), em A Tribuna. Leia a íntegra nos links abaixo:
Hospital Guilherme Álvaro registra redução no atendimento
Governo não autorizou reposição de vagas no HGA, diz diretor
SUCATEAR PARA TERCEIRIZAR/PRIVATIZAR também foi a estratégia adotada no Distrito Federal. E, claro, tem sido assim com o PS Central de Santos, unidade que a prefeitura deixou deliberadamente às traças para tirar da cartola uma UPA novinha, a ser gerida por uma Organização Social cheia de irregularidades no histórico.
OSs SÃO PARTE DE UM SISTEMA FRAUDULENTO ORGANIZADO PARA LUCRAR ÀS CUSTAS DO ESTADO
Ocips e Organizações Sociais (OSs), ONGs e outros tipos de entidades “sem fins lucrativos” recebendo dinheiro público nada mais são que empresas com redes de atuação muitas vezes bem organizadas e sofisticadas para lucrar burlando os mecanismos de controle de gastos em áreas públicas e fraudando o estado. Quase sempre atuam em vários municípios de mais de um estado da federação.
Conforme documento da Frente em Defesa dos Serviços Públicos, Estatais e de Qualidade, “OSs e oscips somente se interessam em atuar em cidades e em serviços onde é possível morder sobretaxas nas compras de muitos materiais e equipamentos e onde pode pagar baixos salários. O resultado é superfaturamento em todas as compras (o modelo dispensa licitação para adquirir insumos e equipamentos), a contratação sem concurso público de profissionais com baixa qualificação e, por vezes, falsos profissionais.
O dinheiro que é gasto desnecessariamente nos contratos com estas empresas sai do bolso do contribuinte, que paga pelos serviços públicos mesmo sem utilizá-los e acaba custeando o superfaturamento e os esquemas de propinas para partidos e apadrinhados políticos”.
Santos está caminhando nesta direção desde o final de 2013, quando o governo municipal criou o projeto de lei das OSs e os vereadores a transformaram em lei sem qualquer discussão com a população.
A primeira unidade a ser terceirizada será a UPA que substituirá o PS Central. O contrato deve ser assinado nesta semana e os trabalhos da Fundação ABC, escolhida para tomar conta da unidade, começam 45 dias depois. Há a intenção do governo em firmar contratos no Hospital de Clínicas (antigo Hospital dos Estivadores) e também em unidades e programas da área da Cultura, Educação, Esporte e Assistência Social.
Para saber mais sobre esse verdadeiro golpe em andamento leia a cartilha Santos, Organizações Sociais e o Desvio do Dinheiro Público.