Terceirização em Itanhaém tem nova reprovação do Tribunal de Contas

Terceirização em Itanhaém tem nova reprovação do Tribunal de Contas

Os repasses públicos ao terceiro setor em Itanhaém, feitos em 2007 na área da saúde, ocorreram de forma irregular, diz o Tribunal de Contas do Estado de SP (TCESP).

Naquele ano, o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento da Pessoa Humana (IBDPH) recebeu a quantia de R$ 5.925.790,13, referente ao termo de parceria para operacionalização e cogestão do programa de saúde da família, programa de agentes comunitários de saúde e programa de saúde bucal.

Houve irregularidades na prestação de contas e execução da parceria pela Oscip e o Tribunal quer que todo esse  dinheiro seja devolvido aos cofres públicos por conta dos problemas apurados.

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No mesmo processo o ex-prefeito João Carlos Forssell Neto (PSDB) foi multado em 500 Ufesps (R$ 10.625,00) por deixar, nos termos do artigo 74 da Constituição Federal, de promover o efetivo controle financeiro relacionado às despesas da entidade, por não impugnar o valor referente à taxa de administração (lucro para a Oscip) e por não vetar a subcontratação de duas cooperativas e de uma empresa limitada para a execução do objeto (quarteirização). A decisão é de 6 de novembro de 2014.

Forssell recorreu, mas em 11 de setembro deste ano, o TCESP rejeitou o embargo de declaração, mantendo a decisão anterior, de irregularidade da contratação e prestação de contas. Veja aqui o relatório/voto e o acórdão.

Em 2006, a terceirização de programas da saúde relacionados a esta mesma Oscip também foi reprovada pelo TCESP. Veja aqui.

SISTEMA FRAUDULENTO ORGANIZADO PARA LUCRAR ÀS CUSTAS DO ESTADO

Oscips, Organizações Sociais (OSs), ONGs e outros tipos de entidades “sem fins lucrativos” recebendo dinheiro público nada mais são que empresas com redes de atuação muitas vezes bem organizadas e sofisticadas para lucrar burlando os mecanismos de controle de gastos em áreas públicas e fraudando o estado. Quase sempre atuam em vários municípios de mais de um estado da federação.

Conforme documento da Frente em Defesa dos Serviços Públicos, Estatais e de Qualidade, “OSs e oscips somente se interessam em atuar em cidades e em serviços onde é possível morder sobretaxas nas compras de muitos materiais e equipamentos e onde pode pagar baixos salários. O resultado é superfaturamento em todas as compras (o modelo dispensa licitação para adquirir insumos e equipamentos), a contratação sem concurso público de profissionais com baixa qualificação e, por vezes, falsos profissionais.

O dinheiro que é gasto desnecessariamente nos contratos com estas empresas sai do bolso do contribuinte, que paga pelos serviços públicos mesmo sem utilizá-los e acaba custeando o superfaturamento e os esquemas de propinas para partidos e apadrinhados políticos”.

Santos está caminhando nesta direção desde o final de 2013, quando o governo municipal criou o projeto de lei das OSs e os vereadores a transformaram em lei sem qualquer discussão com a população.

A primeira unidade a ser terceirizada será a UPA que substituirá o PS Central. A OS escolhida é a Fundação ABC, cujos trabalhos devem ser iniciados ainda esse ano na nova unidade. Há a intenção do governo em firmar contratos no Hospital de Clínicas (antigo Hospital dos Estivadores) e também em unidades e programas da área da Cultura, Educação, Esporte e Assistência Social.

Para saber mais sobre esse verdadeiro golpe em andamento leia a cartilha Santos, Organizações Sociais e o Desvio do Dinheiro Público.

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