O Jornal Diário do Litoral desta terça-feira (17/11), traz a reportagem “De saída, OSCIP AMA Brasil terá de arcar com prejuízo na gestão do Museu Pelé”.
À primeira vista, como quer fazer parecer o secretário de Gestão Fábio Ferraz, o que se entende deste título é que não haverá prejuízos para o Município ou para os demais entes públicos que investiram na construção do já considerado elefante branco do turismo santista. Mas haverá sim! Foram investidos R$ 50 milhões em dinheiro público no equipamento, entregue a uma Oscip que não foi capaz de manter o seu equilíbrio financeiro. Não foi eficiente em trazer atrativos para garantir o público uma vez previsto e agora deve a fornecedores!
Embora Ferraz diga que as dívidas do museu são da Oscip que está de saída, em tese, se o equipamento é público, a Prefeitura é solidária, especialmente se houver dívidas trabalhistas.
A oscip não tem mais interesse em gerir o produto que restou de sua incompetência e simplesmente decide rescindir o contrato sem pagar um centavo de multa!
Ferraz diz ainda que a partir do momento em que há a rescisão, o prédio volta a ser público, e aí sim a Prefeitura pode fazer investimentos e melhorias na estrutura (Mais do que já foi investido na obra??? Então não houve manutenção do local pela AMA Brasil???).
Com melhorias custeadas pelo município ou não, o Museu deverá ser assumido pelo Santos Futebol Clube, que ao DL também afirma que não vai arcar com dívida nenhuma e nem investir nada, pois já tem suas próprias dívidas para administrar. Porém, se o clube for capaz de levantar o museu e o público voltar, com quem ficará o lucro?
E a questão do suposto superfaturamento da obra, cuja investigação está em curso no Ministério Público? (veja aqui)
São todas perguntas sem respostas! Leia a matéria do Diário do Litoral na íntegra e pense, quanto vale os seus impostos? Por que tanto dinheiro para empreiteiras, entidades ditas sem fins lucrativos e tão pouco para a saúde e educação?
De saída, OSCIP AMA Brasil terá de arcar com prejuízo na gestão do Museu Pelé
Local será administrado pelo Santos FC. Prefeitura não terá de arcar com custos para rescindir o vínculo com a empresa, segundo o secretário municipal de Gestão, Fábio Ferraz
O Museu Pelé está prestes a passar por uma reformulação administrativa após pouco mais de um ano e cinco meses de sua inauguração. Vivendo uma grave crise financeira, a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) AMA Brasil deixará de gerir o local, que passará a ser administrado pelo Santos Futebol Clube. E segundo o secretário municipal de Gestão, Fábio Ferraz, a Prefeitura não terá de arcar com custos para rescindir o vínculo com a empresa que deixará de gerir o museu do maior jogador de futebol de todos os tempos, que teve um investimento de R$ 50 milhões dos governos Estadual, Federal e da iniciativa privada.
“Nesse caso, nós estamos caminhando para uma rescisão amigável. O contrato, sim, ele possibilitaria qualquer tipo de multa, ressarcimento de prejuízos, mas, não. Não é isso que se encaminha. É uma conciliação amigável. A AMA tem interesse também de estar se retirando desse processo. Então, não creio que isso tenha algum problema”, afirmou o secretário.
Ferraz também esclareceu que, apesar da AMA Brasil estar saindo de cena, os prejuízos do Museu Pelé até então ou qualquer dívida que o equipamento possua seguirão de responsabilidade da empresa.
“Os problemas jurídicos e financeiros da AMA Brasil continuam sendo da AMA Brasil. Então, a gente faz um ‘momento zero’. Daqui para frente temos uma nova linha de início. O que ficou para trás é 100% responsabilidade do gestor do equipamento, no caso, a OSCIP AMA Brasil”, explicou.
O Museu Pelé foi inaugurado dia 15 de junho de 2014, três dias após a abertura da Copa do Mundo disputada no Brasil, e até hoje nunca correspondeu às expectativas. O acervo de Edson Arantes do Nascimento não tem levado o público esperado à região central de Santos e, antes mesmo de completar um ano de funcionamento, o Museu Pelé já apresentava deficit de pouco mais de R$ 70 mil por mês.
“O Museu Pelé é um prédio público municipal. Hoje nós temos um contrato de gestão com a AMA Brasil. Hoje, do ponto de vista jurídico, a prefeitura não tem condições de fazer nenhum tipo de aporte ou auxílio no museu, porque o museu está sob gestão da OSCIP. Com a rescisão, automaticamente, o museu volta a ser um prédio público, municipal. A Prefeitura, ai sim, pode absorver alguns custeios, como até prover melhorias, participar da manutenção, conservação do prédio”, completou Ferraz.
Peixe na jogada
No fim da tarde desta segunda, o secretário se reuniu com os representantes do clube alvinegro e alinhou o acordo, que deve ser sacramentado ainda esta semana.
“Nós tivemos mais uma boa reunião. Entre Prefeitura e Santos está praticamente alinhado. Mas, agora, temos outras partes envolvidas. O Pelé é representado por uma empresa, a Legend 10. Já dialogamos com essa empresa e agora o pessoal do Santos fará uma reunião com o pessoal da Legenda 10 para alinhar tudo o que está sendo colocado aqui”, explicou.
Depois de aproximadamente três meses de negociações, Modesto Roma Júnior, presidente do Peixe, admite que a parceria deve ser selada até sexta-feira, ou no máximo na semana que vem, por causa da parte burocrática. Mas o mandatário garante que o clube não colocará dinheiro no museu do maior jogador da história.
“O Santos não vai assumir dívida de ninguém. O Santos já tem as suas para cuidar. Não vamos colocar dinheiro. O Santos foi procurado e vai colaborar com seu pessoal e sua experiência”, comentou Modesto.
Clube pelo qual Pelé construiu sua inigualável história no esporte, o Santos garante que está entrando no negócio pela imagem de seu maior ídolo. Modesto e sua cúpula entendem que o fracasso do Museu Pelé não seria benéfico para nenhuma das duas partes. O eterno camisa 10 também viu com bons olhos a entrada do Peixe na parceria.
Assim como a AMA Brasil, o Santos, além de cuidar de todo o do planejamento e eventos no local, também vai gerir a receita que entra e sai do empreendimento. Outro fator ainda pendente é a transferência de direitos de parte do acervo de Pelé, que o clube passará a deter no lugar da AMA Brasil.
“Tudo está muito bem encaminhado. Sinceramente, eu creio que nos próximos dias a gente tenha avanços concretos”, encerrou Ferraz.