A crise financeira chegou na saúde pública e está sendo sentida mais fortemente nas unidades mais vulneráveis à precarização: hospitais e UPAs terceirizadas para as Organizações Sociais (OSs).
É o que mostra uma reportagem do Jornal Hoje, sobre a situação caótica que se encontra a saúde em unidades municipais e estaduais do Rio de Janeiro, todas elas sob gestão de Organizações Sociais (OSs) que enfrentam paralisação de funcionários com salários atrasados há meses.
Conforme reportagem veiculada nesta segunda-feira (21/12), a crise na saúde carioca vem com o pé no peito primeiro dos terceirizados, a ponta mais frágil da privatização. Por isso os hospitais e outras unidades públicas cuja gestão está na mão das OSs sofrem o baque antes. Quando há atraso nos repasses do poder público para as empresas, imediatamente a folha de pagamento sente o impacto. Já as taxas de administração embutidas nos contratos (maquiadas de várias maneiras e que na verdade configuram lucro), são mantidas mensalmente para continuar engordando as contas bancárias dos diretores das OSs.
Segundo a matéria do Jornal Hoje, médicos do Hospital Estadual Albert Schweitzer, em Realengo, chegaram a fazer um boletim de ocorrência para se precaverem do que pode acontecer em razão da completa falta de estrutura. Eles temem inclusive mortes e não querem ser acusados depois por omissão de socorro.
O Hospital é gerenciado pela Organização Social Hospital Maternidade Therezinha de Jesus, um hospital privado que também atua como OS gerenciando as UPAs de Botafogo e Copacabana, ambas também citadas na reportagem por não atenderem pacientes por falta de médicos.
Segundo o Jornal Hoje, as famílias têm que pagar até mesmo os remédios e a comida dos pacientes. Além disso, os profissionais estão sem receber desde novembro.
Veja aqui a reportagem
Quando contratam empresas para gerir o setor público, os gestores dizem que é para trazer eficiência ao sistema. Mas é justamente o contrário o que acontece. No hospital de Realengo a ineficiência do serviço é caso antigo. Veja na reportagem do Jornal O Dia.
Já em outro hospital do Rio, o Hospital Rocha Faria, terceirizado para outra Organização Social – a Pró-Saúde – funcionários fizeram nesta segunda-feira (21/12) um ato por pagamentos. Eles cobram salários e 13º atrasados.