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LEITORES CONDENAM OMISSÃO EM RELAÇÃO ÀS CONTAS REPROVADAS DE BETO MANSUR

Para o leitor Cláudio Garcia, não se pode esperar nada desta legislatura na Câmara de Santos. “O que esperar de uma casa legislativa presidida por Manoel Constantino, Sadao Nakai e Marcus De Rosis? Não pode acontecer nada de bom mesmo ou sequer o mínimo do cumprimento do dever”. Silvio Marques Silvão usou de ironia para comentar o tema. “Todos gentes finíssimas, desfilando suas caras de pau pela recém inaugurada avenida de lazer na orla da praia (fechamento parcial da via aos domingos) defronte à casa do prefeito e dos canaltresianos (moradores do Canal 3) abastados”.
O internauta Marcelo Medrado confirmou o que a fanpage afirmou na postagem sobre a não pautação das contas. “Todos se blindam”, disse, citando ainda um exemplo perfeito de como isto acontece. Medrado foi o autor da denúncia que levou a Justiça a mover ação por nepotismo contra o vereador Carabina (PSDB, segundo mandato). A denúncia foi entregue a Sérgio Santana (PR, primeiro mandato), presidente da Comissão de Ética da Casa, mas ele engavetou o documento e ainda afirmou ter tomado conhecimento do fato por meio da imprensa.

Midiativista, editora e empresária, a santista Vera Moraes teceu sua análise. “A política de Santos é velha, arcaica e oligarca. Os mesmos sempre se protegeram e a palhaçada é secular. Beto Mansur já deveria estar fora da vida pública há muito tempo. No entanto, encontra respaldo nos incautos e nos mal-intencionados”.
Para Daniel Furlan, da página Sobreviver em Santos, a conduta de vereadores que não cumprem suas funções pode ser classificada como prevaricação . Trata-se de crime cometido por funcionário público quando, indevidamente, este retarda ou deixa de praticar ato de ofício, ou o pratica contra disposição legal expressa, visando satisfazer interesse pessoal. “Tem vereador que está na Câmara tão somente para defender prefeitos e ex-prefeitos. 
EX-PREFEITO TEM O MAIOR NÚMERO DE PENDÊNCIAS JUDICIAIS
O deputado federal Beto Mansur (PRB) foi prefeito de Santos entre 1997 e 2004 e teve reprovadas as contas de 2001 e 2002 pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). O Legislativo santista acompanhou a decisão. As contas de 2003 estão sub judice, na 2ª Vara da Fazenda Pública de Santos. Em 2012 o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou a decisão da Câmara sob o argumento de que a defesa não foi ouvida, determinando nova votação, não realizada.
Ouvida, a Mesa Diretora informou que não recebeu ofício do STF. No entanto, a sentença é púbica e tem força de lei. Passaram pela presidência da Câmara a partir de 2012, Manoel Constantino (2011/12), Sadao Nakai (2013/14), Marcus De Rosis (2015) e novamente Manoel Constantino (2016). A Câmara ignora também o Regimento Interno que determina o envio ao Ministério Público de contas de ex-prefeitos, não aprovadas.
A blindagem ao ex-prefeito é fruto de corporativismo da classe política, que tenta se autopreservar. Cabe ao eleitor fazer pressão para que os mecanismos institucionais cumpram os seus papéis. Além de ação judicial das contas reprovadas e por manter trabalhadores escravos, Mansur é réu em várias outras, inclusive por dano ambiental. Na concorrência à presidência da Câmara Federal, foi apontado com o nome com maior número de pendências judiciais.