Em Cananéia, no Vale do Ribeira, mais exemplos da irresponsabilidade premeditada de prefeitos que adotam as Organizações Sociais como gambiarra para tentar contornar sua própria incompetência.
O Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) está alertando que a população da cidade pode ficar sem assistência. Isso porque os médicos do pronto atendimento do município farão uma paralisação nesta terça-feira (20), que deve durar 72 horas. Segundo comunicado da entidade sindical, a greve de advertência é consequência de uma série de irresponsabilidades por parte da Prefeitura e da Organização Social (OS) que administra o serviço.
Os profissionais denunciam ausência de contrato e registro de trabalho, atrasos recorrentes de salários e falta de equipamentos essenciais como respirador mecânico, monitores cardíacos, aparelhos de eletrocardiograma e até desfibriladores.
O presidente da regional Vale do Ribeira do Simesp, Bruno Lima Grossi, alerta contra as contratações irregulares de profissionais que há vários anos vêm ocorrendo na região.
Gambiarra jurídico-financeira
Como não há contrato e, consequentemente, nenhum vínculo trabalhista com os médicos, o pagamento é feito direto na conta dos profissionais em nome de “Marco Aurélio”. Ou seja, a Organização Social responsável pelo serviço no município não possui nem mesmo uma conta jurídica.
“Depois de esgotadas todas as possibilidades de diálogo, os médicos votaram e decidiram por unanimidade. A prefeitura foi notificada que a paralisação seria feita em 72h”, diz Grossi.
Para o Simesp, o que está acontecendo é resultado da negligencia das prefeituras com a gestão de materiais e recursos humanos, algo que implica negativamente na assistência à saúde dos usuários.