Seria cômico se não fosse trágico. Se uma pessoa encomenda um bolo e recebe o produto estragado ou menor do que o combinado é natural não querer ficar com a mercadoria. E soaria absurdo se essa pessoa aceitasse pagar uma quantia até mais alta para o mau vendedor.

O raciocínio é simples até para uma criança. Mas, para a Prefeitura de Santos, a mesma lógica não funciona no que tange à terceirização da saúde via Organizações Sociais.

A UPA, terceirizada para a OS Fundação do ABC, é um exemplo. O Governo paga em dia cerca de R$ 1,6 milhão por um serviço ruim e ainda sinaliza que deverá aumentar o valor do repasse.

Conforme noticiou a imprensa local, a FUABC exige R$ 300 mil a mais por mês, o que totaliza R$ 3,6 milhões por ano de acréscimo. Um reajuste de 19%.

E a empresa pede isso num momento em que a quantidade de consultas realizadas na unidade vem diminuindo, segundo os relatórios do último quadrimestre (maio, junho, julho e agosto). Os dados indicam queda de 18% (de 80.666 no 1º quadrimestre para 65.964 no 2º).

O que não diminuem são as queixas dos usuários da UPA, cada vez mais indignados com o péssimo serviço. As reclamações vão muito além da demora para atendimento, denotando menor número de profissionais por plantões. A qualidade das consultas e procedimentos tem sido igualmente alvo de denúncias, como a de um seguidor do Ataque aos Cofres Públicos no Facebook, que preferiu não se identificar.

Ele diz que seu tio esteve internado por 11 dias na unidade. A família conta que ele teve um AVC enquanto estava sob os cuidados da UPA, sem que qualquer profissional tivesse visto ou socorrido o paciente. Confira o print do comentário dele:

Veja os desabafos de outros pacientes e acompanhantes deram no último dia 13: