Operação apura desvios na saúde por meio da OS Vitale; diretor da empresa é preso

Operação apura desvios na saúde por meio da OS Vitale; diretor da empresa é preso

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A Organização Social Vitale, seus diretores e agentes públicos são alguns dos alvos de uma Operação do Ministério Público e da Polícia Militar na manhã desta quinta-feira (30).

A Operação Ouro Verde (em referência ao nome do hospital municipal terceirizado em Campinas, onde a gerência é responsabilidade da Vitale) cumpre  33 mandados de busca e apreensão e seis de prisão em sete municípios do estado de São Paulo. A investigação apura desvio de recursos públicos da área da saúde.

As últimas informações dão conta que uma pessoa teria sido presa em Campinas até as 7h40 e ao menos R$ 1,2 milhão foram encontrados na casa de um dos investigados.

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O saldo parcial da operação conta ainda com a apreensão de dois carros de luxo, das marcas BMW e Ferrari, em um condomínio de alto padrão no Município.

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Os mandados estão sendo cumpridos em casas de investigados, na sede da Vitale dentro do hospital e na Prefeitura, onde o foco são os contratos.

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público apurou que um grupo ligado à Vitale utiliza essa entidade para obter indevida vantagem patrimonial. Segundo os investigadores, essa vantagem é obtida pelo desvio sistemático de recursos públicos da área de saúde.

Prisão e apreensões
Segundo o tenente-coronel da Polícia Militar Marci Elber, os mandados de busca, apreensão e prisão foram cumpridos em três casas no condomínio Alphaville. Os carros foram aprendidos na casa de Fernando Vitor Torres Nogueira Franco, que foi preso sem apresentar resistência. Ele é ligado à OS Vitale. Documentos que estavam com ele também foram levados pelos policiais.

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O dinheiro estava na casa de outro investigado, que trabalha como diretor no Departamento de Prestação de Contas da Secretaria Municipal de Saúde. A residência de um quarto investigado, no bairro Botafogo, na Rua Elisiário Prado, também foi alvo da operação.
Todo o material apreendido será levado para a sede do MP, segundo informou a PM.

Outros municípios
Também estão sendo alvos da Operação Ouro Verde as cidades de São Paulo, Bariri, Santa Branca, Ubatuba e Várzea Paulista. A sétima cidade ainda não foi informada.

OS Vitale

O Ataque aos Cofres Públicos vem noticiando problemas decorrentes da terceirização no Hospital Municipal Ouro Verde. Lá era rotina o atraso no pagamento dos salários e direitos trabalhistas dos funcionários, além de falta de insumos básicos, como gazes e seringas. Enquanto a Prefeitura repassa por mês R$ 10,9 milhões à empresa que desvia parte do dinheiro, servidores municipais fazem protestos, hoje, por conta do atraso do 13º salário.

Como sempre repetimos aqui no AaCP, essa é a tática dos governos privatistas. Deixar os serviços administrados diretamente à mingua para sobrar recursos para as empresas amigas que tocam a terceirização de hospitais e demais unidades de saúde.

Veja nos links abaixo:

OS dá calote em funcionários demitidos há três meses em Campinas

Câmara de Campinas investiga demissões e gestão de OS em Hospital

OS recebe em dia, não paga salários e funcionários fazem greve

Médicos contratados por OS em Campinas entram em greve contra redução de salários

Nova greve: médicos terceirizados de Hospital em Campinas seguem sem pagamento

 

Vitale tentou entrar no Hospital de Bertioga

No dia 8 de fevereiro deste ano, o Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP) julgou parcialmente procedentes as denúncias de falhas no edital que visava escolher uma nova OS para gerir o Hospital Municipal de Bertioga, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24 horas), o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e o Serviço de Apoio em Diagnóstico e Terapia (SADT).

A OS que estava à frente dos serviços desde 2014, denominada Instituto Corpore para o Desenvolvimento da Qualidade de Vida, questionou irregularidades no edital. Outra empresa interessada e abocanhar o contrato era a Vitale Saúde, que também entrou com representação para anular o processo. Já a Prefeitura, alegou ao Tribunal que por problemas financeiros já havia suspendido o chamamento público, iniciado na gestão anterior.

Depois houve a contratação temporária de trabalhadores para gerir o hospital. O atendimento, feito de forma improvisada, foi tema de reportagens na imprensa. E nessa nova empreitada, Caio Matheus segue tentando terceirizar geral. Novas representações junto ao TCE paralisaram temporariamente, no final de setembro, um novo processo de chamamento.

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