Os médicos terceirizados do Hospital Regional de Cajamar, na Região Metropolitana de SP, ameaçam cruzar os braços em protesto contra a falta de pagamento de salários. Os profissionais denunciam dois meses sem pagamentos. Estão nesta situação os profissionais que trabalham na área do Pronto Atendimento, Emergência e no Ambulatório Infantil do Hospital Municipal, único da cidade.
Eles são contratados como pessoas jurídicas (PJ), ou seja, são quarteirizados pela OS contratada pela Prefeitura, a Reviva Saúde.
O contrato com a OS Reviva custa aos cofres públicos da Cidade cerca de R$ 2 milhões por mês. A empresa foi contratada de forma emergencial depois que a antiga empresa, a Feanesc (Federação Nacional das Entidades Sociais e Comunitárias), cometeu irregularidades no local.
Entre os problemas, a entidade não dispunha de um responsável técnico atuando no serviço. Em maio deste ano um casal de diretores desta Organização Social chegaram a ser presos, acusados de desvios de dinheiro da saúde. Antes disso, em fevereiro, a Prefeitura fez uma intervenção no equipamento e, em março, contratou a Reviva dizendo que o serviço iria melhorar.
Pesam contra o casal de empresários os crimes de peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Saiba mais aqui.
Atualmente, todos os funcionários do Hospital Regional estão trabalhando sobre Aviso Prévio, já que o contrato emergencial com a Reviva vence no dia 13 de dezembro. Eles temem ser caloteados tão logo o contrato expire. A Prefeitura não se manifestou sobre o futuro do Hospital e nem sobre o que está sendo feito para solucionar o caso dos médicos.
Cansados da falta de respostas de quando o dinheiro será depositado, os profissionais resolveram iniciar uma mobilização que pode culminar com uma paralisação. Se isso acontecer, os prejuízos serão enormes, já que não há outro hospital no município.
A população de Cajamar vem denunciando que atendimento da área da saúde da Cidade tem deixado a desejar há alguns meses.
Mais um exemplo de que terceirizar a saúde para OSs e demais entidades que se dizem sem fins lucrativos é um grave erro. Quem paga é o lado mais frágil: os usuários e os trabalhadores.