Governo faz propaganda da terceirização com dinheiro do santista 

Governo faz propaganda da terceirização com dinheiro do santista 

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Enquanto falta o básico em unidades de educação e de saúde de Santos, a Prefeitura não economiza com propaganda dos equipamentos entregues às Organizações Sociais.

Anúncios publicitários sobre o Hospital dos Estivadores, por exemplo, têm sido veiculados nos jornais impressos da região a custos que variam entre R$ 8 e R$ 10,6 mil.

No último dia 3, uma propaganda colorida, de meia página, foi publicada no Jornal da Orla, por R$ 7.174,98. Dinheiro pago pela população da cidade. Um dia antes outro anúncio foi veiculado neste jornal, por R$ 10.667,00. Na mesma data a propaganda estampou o Expresso Popular, por R$ 8 mil. Já são mais de R$ 25 mil.

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Verba que poderia muito bem pagar, por exemplo, o gás de cozinha, os chuveiros quentes e os reparos para evitar as goteiras na creche Padre Francisco Leite, recém-inaugurada no Marapé. Os pais de alunos denunciaram, na última quarta-feira (21), que os funcionários não conseguem sequer preparar as refeições das crianças.

Já nos Prontos Socorros que ainda são geridos de forma direta pelos servidores, a rotina continua improvisada. Recentemente noticiamos problemas de infiltrações no PS da Zona Noroeste. Verdadeiras cachoeiras foram registradas dentro da unidade após chuvas de verão. O aparelho de Raio X também vive quebrado. E na última sexta (23), uma matéria de página inteira foi publicada na imprensa local, com queixas diversas: falta de medicamentos, falta de água, ar-condicionados quebrados, déficit de profissionais e insegurança.

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No PS Central, que funciona atualmente como Hospital de Pequeno Porte, a situação também é precária. Funcionários atuam sobrecarregados, com equipamentos e mobiliários quebrados. A falta de material básico é recorrente e um dos elevadores está quebrado há anos.

Ao mesmo tempo, conforme a previsão orçamentária para este ano, a Prefeitura gastará 25% do orçamento da saúde (R$ 143,2 milhões) com quatro OSs e oscips. Uma delas é o Instituto Social Hospital Alemão Oswaldo Cruz, que abocanhará 18% dos recursos da pasta para gerir o Hospital dos Estivadores.

Os fatos apenas reforçam o lema do Governo desde a gestão passada: sucatear para depois privatizar/terceirizar. Os empresários agradecem. A população, infelizmente, apenas lamenta.

 

Fundação do ABC não paga trabalhadores em Mauá

A Fundação do ABC (FUABC) segue gerando problemas nas unidades públicas onde está presente. Se em Santos a UPA Central é campeã de reclamações dos usuários sobre a qualidade do atendimento, em Mauá a entidade é alvo de denúncias dos próprios trabalhadores terceirizados.

No Complexo de Saúde de Mauá (Cosam), a organização social está sendo acusada de apropriação indébita de valores que deveriam ser utilizados para pagamento de empréstimos consignados dos funcionários.

A denúncia foi destaque do jornal Diário do Grande ABC nos últimos dias 16 e 21. Por meio de comunicado à imprensa, o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Privados de Saúde do Grande ABC (SindSaúde ABC) questionou a FUABC por ter descontado parcelas de empréstimos consignados na folha de pagamento de alguns trabalhadores e de não efetuar o repasse aos bancos.

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“O Sindicato orientou os trabalhadores a registrarem B.O. e enviarem para o sindicato, juntamente com a carta do banco cobrando o pagamento e o holerite comprovando o desconto”, detalha a nota do SindSaúde. E completa: “Com esses documentos o sindicato vai processar a empresa criminalmente por apropriação indébita e estelionato”.

A organização social se pronunciou e admitiu que realmente “houve um problema de sistema no mês de dezembro, mas que foi solucionado”.

Sem o 13º

Esse não é o único problema apontado pelos trabalhadores. No mesmo comunicado, o SindSaúde também afirma que o pagamento do 13º salário dos funcionários que atuam em Mauá não foi pago integralmente. Os dirigentes sindicais estão inclusive convocando os terceirizados a promoverem atos para exigir o cumprimento de seus direitos.

Uma carta distribuída aos usuários do serviço traz os argumentos que geraram a decisão por uma possível paralisação: “Os funcionários da FUABC estão passando por uma situação humilhante e podem não ter outra saída senão utilizar o último recurso diante da intransigência patronal: a greve”, explica o texto.

OS e Prefeitura discordam

A FUABC admite que os pagamentos do 13º salário foram “de fato pagos parcialmente”, mas informou que “aguarda repasse financeiro da Prefeitura de Mauá para efetuar os pagamentos”. Por outro lado, a Prefeitura ressaltou que está efetuando os depósitos à entidade corretamente.

“Quem gerencia os recursos é a FUABC. Os repasses financeiros, de aproximadamente R$ 2 milhões por mês, foram cumpridos rigorosamente em 2017”, declarou o prefeito Atila Jacomussi (PSB) ao jornal do ABC.

Um total de 942 trabalhadores são empregados da FUABC nos equipamentos públicos de Saúde de Mauá (Hospital de Clínicas Doutor Radamés Nardini, 23 UBSs e três UPAs. Na última quinta (22), a Prefeitura divulgou que em respeito aos trabalhadores, honraria as obrigações da OS.

O Ataque aos Cofres Públicos mostrou ao longo dos últimos meses os problemas que a OS tem gerado na cidade. Um deles diz respeito a mais de 500 funcionários demitidos e que até o fim do ano passado esperavam por pagamentos de rescisões trabalhistas.

 

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