Ex-secretários de Guarujá, réus por improbidade, vão para o 1º escalão da Saúde em São Paulo

Ex-secretários de Guarujá, réus por improbidade, vão para o 1º escalão da Saúde em São Paulo

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Reportagem do site Rede Brasil Atual mostra que o atual prefeito de São Paulo, Bruno Covas, colocou no primeiro escalão Saúde municipal réus em ações por improbidade administrativa.

O substituto de Dória demitiu a secretária-adjunta da Saúde, Maria da Glória Zenha Wieliczka, e remanejou para o posto o ex-chefe de gabinete Daniel Simões de Carvalho Costa. Daniel (à esquerda na foto) foi secretário de Saúde de Guarujá na gestão de Maria Antonieta de Brito (MDB). Seu cargo passou a ser ocupado por Armando Luis Palmieri (à direita na foto), outro que também ocupou secretaria na pérola do atlântico.

A mudança, que já havia sido implementada na prática há dias, foi formalizada com a publicação no Diário Oficial da Cidade de São Paulo deste sábado (16). Veja os demais trechos da reportagem:

Médica que até setembro de 2016 havia dirigido a Organização Social da Saúde Santa Catarina, que atua na região sul da capital, em bairros como Jardim Miriam, Cidade Ademar e Vila Joaniza, Glória Zenha foi a mentora da impopular reestruturação da rede de saúde pautada no fechamento de unidades de saúde, como as Amas.

Fora o conflito de interesses envolvido na ocupação do cargo por uma gestora técnica de OS, que mantém contratos com a prefeitura paulistana, aparentemente nada mais pesava contra ela.

No entanto, o ex-secretário de saúde do Guarujá, o dentista Daniel Simões, e o ex-secretário de Desenvolvimento e Gestão Urbana do mesmo município, o engenheiro civil Palmieri, respondem a ações por improbidade administrativa, por danos ao erário, na gestão da ex-prefeita do Guarujá Maria Antonieta de Brito (MDB), conforme os dados do Tribunal de Justiça de São Paulo a seguir.

 

Na época, Antonieta de Brito nomeou Mauro Hamilton Bignardi para um posto de assessor técnico da Associação Santamarense de Beneficência do Guarujá (ASBG), mantenedora do hospital Santo Amaro. O médico era representante da entidade em um grupo de trabalho técnico para rever planos de contrato com o SUS.

Em fevereiro de 2014, a RBA publicou reportagem que mostrava que Bignardi era sócio de Wilson Pollara (secretário de saúde de São Paulo, no centro da foto) em empresa de prestação de serviços, que acabou encerrada após a publicação da reportagem. Bignardi era também prestador de serviços da organização social SAS, apontada pela operação Atenas, do Ministério Público estadual, como operadora de um esquema criminoso que teria desviado menos R$ 7,5 milhões do Hospital Regional de Itapetininga, mantido pelo estado. Foram indiciadas 61 pessoas, entre elas, o sócio de Pollara, que na época secretário-adjunto da Saúde na gestão Geraldo Alckmin (PSDB).

Embora o MP-SP tenha aberto inquérito para investigar o atual titular da pasta, o caso ficou abafado, voltando à tona logo após a eleição de Doria, quando o gestor havia anunciado Pollara para o cargo.

CPI

Sabemos que os vínculos entre agentes políticos e empresas de saúde qualificadas como OSs sempre existiu. Os conflitos de interesse, no entanto, ou são relativizados ou são maquiados pelos governos tucanos.

Essa situação tem sido questionada na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Organizações Sociais da Saúde, que investiga denúncias de irregularidades nos contratos celebrados pelas prefeituras e pelo governo estadual com as entidades em São Paulo.

Os deputados que integram a Comissão aprovaram na última terça (19), convites para que o ex-secretário estadual de Saúde, David Uip, e o secretário municipal de saúde de São Paulo, Wilson Pollara, sejam ouvidos na Assembleia Legislativa.

Os depoimentos dos dois era um pedido do deputado estadual Carlos Neder (PT), mas os requerimentos para que eles fossem ouvidos vinham sendo preteridos nas últimas audiências por deputados da base governista. Hoje, os deputados aprovaram os requerimentos para que isso ocorresse, desde que não fosse uma convocação, mas um convite. Neder vem denunciando que Uip, que já não é secretário desde abril, e Pollara têm ligações com organizações sociais (OSs).

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