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APÓS CHUVA DE CRÍTICAS, ADILSON JR RECUA EM PROJETO QUE OBRIGA OS SANTISTAS À COMPRA DE CONTENTORES DE LIXO PARA A COLETA DOMICILIAR

adilson

O vereador Adilson Júnior (PTB, 3º Mandato) bem que tentou, mas não conseguiu fazer seu projeto extremamente negativo para os santistas seguir adiante na Câmara.

O projeto (PL 24/17), do qual já falamos neste espaço (veja aqui), obriga todas as residências da cidade a contarem com um contentor de lixo. Os responsáveis por cada casa, assim como prédios e condomínios, teriam que comprar e manter o recipiente para depositar o lixo nas ruas.

Em caso de descumprimento, levariam multa de até R$ 2.500,00. Um contentor destes, semelhante ao que a Prefeitura dispõe em algumas ruas e avenidas não sai por menos de R$ 1.000,00.

Os munícipes já pagam a taxa de lixo, serviço que é de responsabilidade do poder público, que por sua vez terceiriza (a custos altíssimos, por sinal) para uma empresa.

No ano passado, o projeto já havia recebido parecer contrário da Comissão de Justiça, Redação e Participação Legislativa. A pedido de Adilson, o parecer foi derrubado pela Câmara e seguiu adiante.

Após passar pela Comissão do Verde, Meio Ambiente e Proteção Animal, teve novo parecer contrário. O líder do governo tentou convencer os pares a derrubar mais este parecer, dizendo que a municipalidade não tem como custear contentores em todos os imóveis.

Fez um contorcionismo danado na argumentação, dizendo que não mudaria muito a atual realidade, pois os condomínios já têm seus contentores. “Eles só teriam que colocá-los na rua e retirá-los na hora indicada”.

Não convenceu, pois está muito claro no texto que não só os condomínios estariam sujeitos às regras. TODOS os tipos de imóveis estão enquadrados, inclusive os unifamiliares.

Vários vereadores, inclusive os da bancada do governo, a qual Adilson também pertence, viram que pegaria muito mal avalizar a ideia estapafúrdia.

Boquinha (PSDB, 3º Mandato) chegou a usar a palavra “retrocesso”.

O relator da Comissão do Verde, Fabrício Cardoso (PSB, 1º Mandato), disse que se a ideia virar lei, os custos serão altos para os santistas, que a cada avaria ou furto teriam que repor a peça. Muitos não teriam sequer como higienizar o recipiente.

Lincoln Reis (PR, 1º Mandato) ficou preocupado com a população dos Morros, constituídos basicamente por ruas com declives e ladeiras. “Esses contentores vão ter que ter breque?”.

Banha (MDB, 5º Mandato) tentou ser mais sutil. Elogiou o projeto, fez aquele discurso prolixo de mil palavras e pouco conteúdo. Deu voltas e no fim apresentou uma saída à francesa ao colega: sugeriu ao autor que tentasse “aperfeiçoar” a proposta.

Depois de ouvir diversas críticas ao trabalho, Adilson deixou a soberba de lado e foi obrigado a recuar. Optou por pedir que o projeto retorne à Comissão do Verde. Ficou subentendido que a proposta sofrerá ajustes.

Bom continuar de olho. Será que vão querer empurrar mais custos para a população, que já paga impostos demais sem o devido retorno?