Contratada pela Prefeitura de Mauá (SP) para gerenciar o Hospital de Clínicas Dr. Radamés Nardini, a Fundação do ABC decidiu, segundo o Executivo de forma unilateral, promover restrições no acesso da população ao serviço.
O caso foi pauta na imprensa local no início desta semana, após reclamações de usuários que tentaram obter assistência no fim de semana.
Conforme noticiou o jornal Diário do Grande ABC, o secretário de Saúde de Mauá, David Ramalho, declarou que o Paço não foi informado pela organização social sobre a restrição de atendimentos na emergência do equipamento no último domingo. Ramalho disse que a administração foi informada sobre o ocorrido pelo próprio jornal.
A reportagem do Diário publicada nesta quarta (3), mostrou que a limitação do atendimento na emergência da unidade de saúde tem sido frequente nos últimos três meses, especialmente aos domingos.
“A falta de leitos e também de profissionais fez com que comunicado fosse emitido pela supervisão do hospital para o Corpo de Bombeiros, Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e para as regulações municipal e estadual, informando sobre a interrupção nos atendimentos para UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e área vermelha (emergência e trauma) entre 15h30 e 23h”, diz o jornal.
Outros veículos de imprensa colocaram a posição da FUABC. Segundo a empresa, a restrição visava melhorar o atendimento e reduzir o tempo de espera na recepção.
Alguns pacientes, que não sabiam da nova determinação, chegaram ao hospital e foram encaminhados para as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) do município. Uma placa na porta da unidade avisa os munícipes que só serão atendidos casos de urgência, ginecologia, psiquiatria e ortopedia.
Diante disso, fica claro que o cumprimento das premissas do SUS, de promover acesso integral e universal a todos que precisarem da saúde pública, não vale quando o que prevalece é a ótica do lucro.
Lembramos que a Fundação do ABC é a mesma OS que atua na UPA Central de Santos, unidade campeã de reclamações na Baixada Santista pela baixa resolutividade, equipes reduzidas, demora para atendimento e suspeitas de negligência.
A Fundação do ABC também é alvo de investigações do Ministério Público de Santo André. As investigações envolvem casos com indícios de corrupção no serviço público. Veja aqui.
