A UPA Central de Santos está quebrando recordes de reclamações. A equipe do Ataque aos Cofres Públicos retornou no último dia 16 na unidade e constatamos que além dos eternos problemas relacionados à demora de até 6 horas para atendimento, equipes reduzidas, falta de remédios, falta de cadeira de rodas e baixa resolutividade no atendimento, o local também está com estrutura precária para atender os pacientes.
Sobram infiltrações e goteiras e faltam de assentos para quem espera para colher amostras para exames ou para tomar medicação. As pessoas, além de esperarem muito, ainda aguardam em pé. Inclusive idosos.
A Fundação do ABC também não tem deixado os funcionários contentes. Eles trabalham sobrecarregados e nas cidades da Região do ABC paulista os contratados que atuam em hospitais e UPAs municipais decidiram entrar em greve.
De acordo com o sindicato que representa a categoria, o movimento é em protesto ao não cumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho de 2019. São ao todo 10.470 trabalhadores envolvidos em quatro municípios: Santo André (com 1.800 funcionários), São Bernardo do Campo (6.500), São Caetano do Sul (940) e Mauá (1.230).
O acordo que não está sendo honrado estabelece a reposição da inflação, de 5,07% nos salários e nos benefícios.
“Ninguém aguenta mais tanto desrespeito àqueles que cuidam da saúde da população”, afirmou o presidente do Sindsaúde ABC, Almir Rogério “Mizito”.
“Tem muita gente que não tem dinheiro nem pra comprar comida”, disse uma trabalhadora em assembleia. “Falam tanto em humanização, mas o tratamento que nos dão é completamente desumano; nem para os demitidos estão pagando os direitos”, completou outra.
Enquanto isso, o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa, continua faltando com a verdade. Nas redes sociais, ao responder um post sobre a morte do adolescente Lucca Morroni, vítima de negligência na UPA há um ano, o prefeito disse que a gestão compartilhada ampliou os atendimentos na rede de urgência e emergência para salvar vidas. O fato é que as notícias e denúncias de mortes envoltas em suspeitas de descaso e negligência só aumentam (veja o print).
Veja no quadro abaixo o que pensam os usuários da unidade, que são os que realmente precisam se submeter ao atendimento terceirizado: