Seis computadores são furtados de hospital terceirizado na véspera de ação policial em Goiânia

Seis computadores são furtados de hospital terceirizado na véspera de ação policial em Goiânia

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O Jornal O Popular, de Goiânia, publicou uma matéria que mais parece tirada de um filme policial.

Segundo a publicação, veiculada nesta quinta (12), seis computadores no Hospital Estadual de Urgência de Goiânia Dr. Valdemiro Cruz (Hugo) foram desmontados e tiveram furtados os HDs, processadores e memórias na madrugada de terça-feira (10).

O crime ocorreu um dia antes de policiais civis cumprirem mandados de busca e apreensão na unidade, gerenciada até dez dias atrás pelo organização social (OS) Instituto Haver. Os computadores são do Instituto Haver e, de acordo com o jornal, a OS tem ligações com outra OS, o Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia (Ingoh), alvo da operação Metástase, deflagrada nesta quarta-feira (11) pelo Grupo Especial de Combate à Corrupção (Geccor), da Polícia Civil.

A investigação apura fraude de até R$ 50 milhões em auditorias médicas no Instituto de Assistência dos Servidores do Estado de Goiás (Ipasgo). Na operação os policiais apreenderam uma aeronave, carros de luxo, obras de arte e documentos em 19 endereços de Goiânia, ligados principalmente ao Ingoh. Na sede do instituto, os agentes recolheram medicamentos e prontuários de pacientes atendidos em clínicas da rede.

O Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia foi credenciado no Ipasgo em 2013, por meio de regime especial, para fazer tratamento de quimioterapia em pacientes com câncer. À época da licitação, o Ingoh se comprometeu a dar descontos de até 15% nos medicamentos usados. As investigações revelaram, no entanto, que o instituto cobrava preços acima do praticado no mercado, usava dosagens menores do que o indicado e produtos de baixa qualidade para lucrar mais.

A polícia apurou que um idoso morreu no início de 2017 por causa das práticas executadas pelo instituto e pelo uso de medicamentos de baixa qualidade.

Furto

Sobre o furto no Hugo, o crime teria ocorrido de madrugada, mas só foi percebido pela manhã, quando um dos funcionários chegou a um laboratório desativado onde estavam os equipamentos e constatou a invasão. Não havia sinais de arrombamento, mas o servidor destacou que as janelas da sala invadida não tinham vidro. O local é dotado de sistema de vigilância, mas a reportagem não conseguiu apurar se foi flagrado algo por ele.

Em nota, o Instituto Nacional de Tecnologia e Saúde (INTS), organização social que faz a gestão do Hugo desde o dia 1º de dezembro, informou que faziam parte de um acervo de móveis e equipamentos que estavam na antiga sede do Instituto Haver e que foram levados para o laboratório desativado no edifício do hospital há pouco mais de seis meses. Ainda segundo o INTS, estes equipamentos não foram utilizados desde que chegaram no
prédio.

Na tarde de quinta-feira (12), a Polícia Técnico-Cientíca esteve na sala invadida para colher impressões digitais e pistas para auxiliar nas investigações.

Um dos mandados de busca e apreensão cumpridos pela polícia nesta quarta-feira foi no Hugo, no escritório onde cava o médico Romeu Sussumu Kuabara, que foi diretor-técnico do hospital durante a gestão do Instituto Haver, entre dezembro de 2018 e novembro deste ano.

Kuabara também foi presidente do Ipasgo entre setembro de 2017 e abril de 2018. A Polícia Civil confirmou ao POPULAR ter conhecimento do furto, mas não poderia dar mais detalhes sobre o caso.

O boletim de ocorrência foi registrado no 8º Distrito Policial, no Setor Pedro Ludovico.

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