As notícias da imprensa na Baixada Santista nesta quinta (9) e quarta-feira (8) são ilustrativas de que o caminho trilhado pela direção do Hospital Estadual Guilherme Álvaro (HGA) é o mesmo que o dos demais setores de saúde do Estado.
Os gestores deixam minguar os recursos materiais e humanos no hospital para depois justificar a contratação de organizações sociais (OSs). Primeiro abrem as portas para que o caos se instale e depois oferecem a terceirização como única solução.
Nas matérias publicadas pelos principais jornais da região é o que está colocado, inclusive na fala da diretora técnica do HGA, Monica Mazzurana, ao tentar justificar a incompetência do Governo do Estado em deixar a ala da UTI pediátrica fechar ao não fazer concurso público para repor os profissionais que adoecem, pedem exoneração ou se aposentam.
Na verdade, o que ela faz é uma confissão do mau gerenciamento do Estado em Saúde.
“O hospital teve perda de recursos humanos – por conta de licença-saúde, pedidos de demissão, entre outros – o que deixou 30% da escala médica “descoberta”, afirma.
E continua: “A partir daí, entendemos que não era seguro permanecer com o atendimento. Na sexta-feira, informamos o Departamento Regional de Saúde e a Cross [Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde]”.
Em outro ponto vem a solução mágica na matéria:
“O objetivo agora é realizar um chamamento público em busca de organizações sociais (OSs) ou entidades sem fins lucrativos dispostas a fornecer mão de obra ao HGA, o que, de acordo com a diretora, é a maneira mais rápida de resolver a situação”.
E a diretora arremata: “Com isso, vamos basear a escolha na questão da qualidade e do menor preço. Estamos na etapa de precificação e a ideia é que em três meses a gente consiga reabrir a UTI. É um fechamento temporário”.
Sabemos, pela experiência real do que acontece nas unidades terceirizadas para OSs (vide Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande, Hospital de Bertioga, UPAs Central e da Zona Noroeste, em Santos), o quanto as entidades privadas elevam os custos do atendimento na mesma proporção em que fazem despencar a qualidade dos serviços.
O HGA e a decisão de terceirizar a UTI pediátrica é mais um claro caso da estratégia perigosa preferida dos governos privatistas. A estratégia do “sucatear para terceirizar/privatizar”.
Questão de tempo para voltarmos a noticiar o assunto, mostrando vidas estarão em risco e cofres públicos sendo tomados de assalto.
Confira a matéria do Jornal A Tribuna sobre o assunto clicando aqui ou lendo o print abaixo: