Com pandemia OSs contratadas pelo prefeito de Santos ganham milhões no mole

Com pandemia OSs contratadas pelo prefeito de Santos ganham milhões no mole

Sindserv 28 anos (146)

As organizações sociais sempre pressionam os governos a aditar contratos com aumento de repasses apresentando dados de suposto aumento na demanda questionáveis e sem qualquer tipo de fiscalização.

A choradeira pelo reajuste nos contratos também se dá a cada renovação da “parceria” na gestão de unidades públicas. Isso mesmo a população reprovando a qualidade dos serviços e denunciando a péssima qualidade dos atendimentos.

Em Santos não é diferente! A Fundação do ABC já teve aumento no valor de contrato na “terra da caridade” mesmo sofrendo diversos processos na Justiça e reprovações de contas no Tribunal de Contas.

Pois bem! No jornal A Tribuna desta terça (14), o secretário de Saúde e advogado Fábio Ferraz declarou que tanto na UPA Central (gestão FUABC) quanto na UPA da Zona Noroeste (gestão SPDM) caiu mais do que a metade o movimento de urgência e emergência, em função do isolamento social (menos acidentes) e em função das orientações para a população só procurar atendimento em último caso.

Veja o que diz o secretário:

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Levando em consideração apenas estas duas OSs, que juntas abocanham 40 milhões ao ano dos cofres municipais a redução dos repasses pela metade nos três meses mais críticos da pandemia significaria uma economia de R$ 5 milhões. Dinheiro que poderia estar sendo usado para ações mais efetivas de combate ao contagio do Covid-19 ou mesmo em ações para socorrer aqueles santistas que estão na linha de pobreza (em especial informais e desempregados) e que agora estão ainda mais vulneráveis à fome e à doença.

O amadorismo das OSs é tamanho que apenas nesta semana a Fundação do ABC começou a fazer uma triagem de casos suspeitos de coronavírus na porta da UPA Central, para evitar contaminações dentro da unidade. Isso após um mês de início do aumento do contágio.

Já a SPDM, responsável pela UPA da ZN, nem tomou a medida ainda. 

OSs faturam 25% do orçamento

Apesar da pouca transparência e baixa eficiência e de não conseguem trazer a excelência tão prometida pelo prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) no atendimento (muito pelo contrário), as OSs abocanham aproximadamente um quarto do orçamento da saúde.

As quatro empresas beneficiadas com contratos de gestão abocanham R$ 177 milhões, um valor superior em 35% aos gastos com a terceirização da saúde registrados em 2019.

O acréscimo de R$ 46 milhões é devido à entrega de mais dois serviços para as OSs, que vão administrar o Ambulatório de Especialidades Médicas (Ambesp) da Conselheiro Nébias e a nova UPA Zona Leste.

O primeiro será gerido pela mesma OS que atua no Hospital dos Estivadores: Instituto Social Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Já a UPA da Zona Leste, que segundo Ferraz fará o atendimento apenas dos casos de coronavírus, será comandada pela ficha suja Pró-Saúde. A OS tem múltiplos problemas na Justiça e junto ao Tribunal de Contas. Em Cubatão é lembrada até hoje pelos serviços lastimáveis prestados no Hospital Municipal. A previsão é que a unidade comece a funcionar na próxima semana.

É muito dinheiro desperdiçado e que neste momento fará ainda mais falta para a Cidade. São muitas vidas em risco pelo projeto de um governo calcado em terceirização e desmonte do SUS e pela irresponsabilidade de vereadores, que aprovaram a lei que abriu a porta para as OSs e agora fingem que nada têm a ver com isso.

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