Em plena pandemia de Covid-19, uma organização social que atuava em Hortolândia (SP) causa um desfalque nos cofres municipais da Cidade.
Segundo afirmou o prefeito, Angelo Perugini, em uma live na última quinta-feira (30), os médicos ficaram com salários atrasados porque a OS Instituto Bom Jesus, que contratava os médicos do Hospital Mário Covas, das Unidades de Pronto Atendimento e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência deu no pé sem quitar os compromissos trabalhistas dos profissionais por ela terceirizados.
Segundo a TV Hortolândia, a entidade privada deixou de administrar a saúde municipal na última sexta-feira (1), quando uma nova empresa assumiu, a Associação Metropolitana de Gestão (AMG).
O prefeito disse que a administração municipal Perugini vai pagar os médicos com recursos próprios. Ou seja, vai pagar duas vezes por um serviço, graças à irregularidade cometida pela OS e à falta de fiscalização e acompanhamento por parte do Município.
A situação, em um período crítico como é o enfrentamento ao novo Coronavírus, é lamentável. Dinheiro que poderia estar sendo revertido pata abertura de novos leitos, está sendo gasto pela segunda vez.
Na live, o prefeito afirmou “(…) a Prefeitura vai assumir o pagamento deles, agora no dia 5 já vamos pagar boa parte, depois vamos pagar o restante”.
Entretanto, segundo Angelo, o Instituto Bom Jesus (IBJ) será cobrado posteriormente, na justiça: “vamos assumir a dívida da outra e vamos cobrar dela na justiça”.
Será? E quanto tempo vai levar para que o dinheiro retorne aos cofres municipais?
Esse é só mais um exemplo dos muitos tipos de desdobramentos nocivos decorrentes da terceirização da Saúde pública. Ao contrário dos defensores deste modelo de gestão, colocar o SUS sob gestão de empresas que visam lucro é colocar vidas em risco e os cofres públicos sob ataque.
Não é a primeira vez
Vale lembrar que esta não é a primeira vez que os médicos terceirizados do Hospital Municipal Mário Covas sofrem com atrasos nos salários. Antes do Instituto Bom Jesus entrar para administração do equipamento, era a Associação Paulista de Gestão Pública (APGP) que comandava o serviço.
A OS também deixou de pagar os trabalhadores na transição para a nova empresa. Mais informações aqui.