Com ou sem pandemia, organizações sociais custam mais caro para os cofres públicos, são porta de entrada para a corrupção e ainda são ineficientes.
Prova disso é a gestão terceirizada no Hospital de Urgências de Goiânia Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), em Goiás. Comandado pela organização social INTS, o hospital teve um surto de coronavírus entre os funcionários. Mais de 130 deles ficaram doentes e tiveram que se afastar. Destes, 56 já tiveram diagnóstico para a doença confirmado. Os demais aguardam resultados dos testes.
A proliferação da doença entre profissionais de saúde é esperada, mas ocorrendo nesta velocidade e atingindo esse contingente significativo de funcionários, a conclusão mais provável é que houve falhas nas medidas de prevenção e segurança dentro do hospital.
Para se ter uma ideia, o número de funcionários do Hugo com a enfermidade confirmada representa 12% de todos os casos confirmados na capital.
Por causa disso, a OS teve que abrir nesta segunda-feira (4) um processo seletivo emergencial para contratar profissionais após o afastamento dos 132 funcionários. As vagas são para enfermeiro, fisioterapeuta e técnico de enfermagem.
Vale lembrar que o surto ocorreu mesmo apesar de a unidade ter recebido menos casos suspeitos, por não ser referência para o tratamento da Covid-19.
Quatro pacientes foram diagnosticados com a doença e um deles morreu na UTI.
A assessoria de imprensa da unidade disse que está reforçando medidas para evitar a propagação do coronavírus e que passou a prover máscaras N95 para os trabalhadores .
A Secretaria de Saúde ainda investiga a denúncia de que um médico residente estaria trabalhando mesmo após a confirmação de ter contraído o coronavírus. O hospital disse que ele está afastado desde que apresentou os sintomas.
Sobrecarga
Já o Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde no Estado de Goiás (Sindsaúde) teme mais problemas. É que com os afastamentos de tantos servidores, os profissionais que estão trabalhando estão sobrecarregados.
“De manhã, quando fomos lá, nós tínhamos trabalhando, em um lugar que tinham que ter em média de dez a 12 técnicos, apenas quatro. E recebi uma mensagem de uma trabalhadora que disse que a noite eram apenas dois”, disse a presidente da entidade, Flaviana Barbosa, ao site G1.