EM PLENA PANDEMIA, PREFEITO DE CABO FRIO FAZ DE TUDO PARA COLOCAR OSs NA SAÚDE

EM PLENA PANDEMIA, PREFEITO DE CABO FRIO FAZ DE TUDO PARA COLOCAR OSs NA SAÚDE

Sindserv 28 anos (232)

pre_cabo

O governo do município e Cabo Frio, região dos Lagos, no Rio de Janeiro, quer entregar a saúde para uma organização social a qualquer custo.

Quase três meses depois de a Câmara ter revogado a lei municipal nº 3.148, que abre caminho para uma mudança na administração, sob a alegação de que a versão sancionada não continha uma emenda feita pelo Legislativo, o assunto volta à baila, em plena pandemia do novo coronavírus.

O veto do prefeito Adriano Moreno ao projeto de revogação, aprovado por unanimidade em 18 de fevereiro, estava na pauta da sessão desta terça-feira (05/05), mas não foi colocada em votação por falta de quórum.

Desta forma, a matéria voltará na sessão da próxima terça-feira (12/05), quando o veto poderá ser derrubado.

Em fevereiro, Adriano já havia falado sobre a possibilidade de vetar o projeto que revoga a lei. Na ocasião, a medida ainda estava sendo estudada pela Procuradoria da Prefeitura.

No fim do ano passado, o Executivo havia conseguido na Câmara Municipal a aprovação de um projeto de lei que permite a gestão da Saúde por organizações sociais (OSs). Em sincronia, trocou o secretário da pasta pela quarta vez. Entrou o ex-deputado estadual e policial reformado Iranildo Campos, saiu o médico Carlos Ernesto Dornellas. Somente depois de repercussão negativa, no entanto, a Câmara Municipal de Cabo Frio voltou atrás. No dia 18 de fevereiro, revogou a lei que permite a gestão de setores da administração pública por organizações sociais (OSs) e organizações da sociedade civil de interesse privado (Oscips).

Em todo o Brasil, mas especialmente no estado do Rio, onde quer que estas “entidades” se instalem, há esquemas mafiosos e criminosos sendo investigados. São muitas as consequências graves para várias cidades do País, com prejuízos incalculáveis aos Sistema Único de Saúde.

Esquemas e crimes

No Rio, um dos esquemas envolvendo terceirização de serviços levou à prisão o ex-Secretário de Estado de Saúde, Sérgio Côrtes, aliado do ex-governador Sérgio Cabral, em 2018.

Em agosto daquele ano, o juiz federal da 7ª Vara Criminal do Rio, Marcelo Bretas, expediu mandados de prisão contra Côrtes, e dos empresários Gustavo Estellita e Miguel Iskin, além de “estourar” a OS Pró-Saúde, responsável pela gestão do Hospital Getúlio Vargas e do Instituto Estadual do Cérebro (IEC).

Um dos empresários envolvidos no esquema, Miguel Iskin, é investigado desde 2017 por suspeita de controlar um cartel de fornecedores de material e equipamentos hospitalares no Rio de Janeiro. De acordo com os investigadores, ele escolhia as empresas que venceriam as licitações e cobrava comissões que chegavam a 40% do valor total dos contratos.

Deixe um Comentário

Você precisa fazer login para publicar um comentário.