A cidade de Guarulhos acordou nesta quarta-feira (3) com uma operação da Polícia Civil contra suspeitos de lavagem de dinheiro do tráfico e organização criminosa.
De acordo com as investigações, há indícios de que o dinheiro do tráfico de drogas era lavado em clínicas médicas e odontológicas que atendiam bandidos baleados e feridos em confronto com a polícia e que, também, conseguia obter contratos de gestão de saúde por meio de organizações sociais (OSs), infiltrando-se na administração pública.
Com isso fica delineado mais um exemplo de possível vínculo direto entre terceirização via OSs e o crime organizado. Para os agentes, a quadrilha agia na administração pública de alguns municípios por meio de contratos administrativos de gestão.
Ao todo, foram cumpridos 60 mandados de busca e apreensão e 22 mandados de prisão temporária na capital e em outros onze municípios.
O grupo também atuava junto às prefeituras de cidades da Grande SP em contratos de gestão de serviço público, como por exemplo, na coleta de lixo e em hospitais. Não foram revelados os nomes das clínicas, OSs e empresas.
Entre os investigados há um procurado pela Interpol, a polícia internacional. Segundo policiais, a quadrilha possui ramificações em outros países e também age em conjunto com a organização criminosa que age dentro e fora dos presídios paulistas e em outros estados.
Chamada de “Soldi Sporchi, a operação tem a coordenação do 4º Distrito Policial de Guarulhos, e participação de 350 policiais civis, 100 viaturas e apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Um ex-secretário de segurança pública de Arujá, na Grande São Paulo, está entre os autuados. No carro dele foram encontradas 4 armas e R$ 123 mil em dinheiro.
Durante a ação foram apreendidos carros de luxo e lanchas de propriedade dos investigados.
A Prefeitura de Arujá disse, por meio de nota, que “nenhum dos atuais secretários municipais foi alvo de prisão nesta quarta-feira (03/06)” .
Reafirmamos…
Todos estes anos de subfinanciamento do SUS, de desmantelamento dos demais direitos sociais, de aumento da exploração, acirramento da crise social, econômica e sanitária são reflexos de um modo de produção que visa apenas obter lucros e rentabilidade para os capitais. Mercantiliza, precariza e descarta a vida humana, sobretudo dos trabalhadores. O modelo de gestão da Saúde por meio das Organizações Sociais é uma importante peça desta lógica nefasta e por isso deve ser combatido.
Não à Terceirização e Privatização da Saúde Pública! Em defesa do SUS 100% Estatal e de Qualidade!