JOVEM COM TUMOR MORRE À ESPERA DE BIÓPSIA NO IRMÃ DULCE: “FOI NEGLIGÊNCIA”‘

JOVEM COM TUMOR MORRE À ESPERA DE BIÓPSIA NO IRMÃ DULCE: “FOI NEGLIGÊNCIA”‘

Sindserv 28 anos (372)

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A família da jovem Lediana Araujo dos Santos, de 22 anos, acusa de negligência o Hospital Irmã Dulce, gerenciado pela SPDM, em Praia Grande.

A paciente, falecida no último fim de semana, tinha um raro tumor no quadril e os parentes lutavam para garantir o tratamento adequado para o caso. Conforme o site G1, a jovem morreu à espera de uma biópsia para obter um diagnóstico concreto de seu estado de saúde.

“O que aconteceu com ela foi uma negligência do Hospital Irmã Dulce. Eles mandaram minha sobrinha para Santos a primeira vez, para o Beneficência Portuguesa, sem a documentação e exames necessários. Então, o médico mandou uma carta para o Irmã Dulce providenciar a biópsia e marcou um dia para ela retornar com esses exames. Chegando em Praia Grande, eles falaram que não faziam o procedimento. Mas, na segunda-feira (1), fui na ouvidoria e falei que chamaria a polícia se nada fosse feito. Eles resolveram marcar, mas já era tarde demais”, conta a tia da de Lediana, Carmem Araújo, de 43 anos.

Segundo Carmem, a sobrinha recebia um tratamento para osteoporose há cerca de um ano, mas só conseguiu descobrir o tumor no fim de abril. A família se revezava no hospital enquanto ela estava internada no Irmã Dulce. Segundo a tia, a jovem conseguiu a transferência para o atendimento especializado em Santos, mas o hospital Irmã Dulce não a encaminhou com os exames necessários.

Lediana já não conseguia mais andar. Conforme explica a tia, ela aguardou cerca de 15 dias para realizar a biópsia, mas não resistiu a tempo de fazer o exame, devido a demora para realização do procedimento. Lediana deixa um filho de dois anos.

“Eles (hospital) deixaram ela morrer, sem exame e sem tratamento. Tá muito dolorido para a gente da família. O que eles fizeram foi inaceitável. Vamos atrás de justiça”, diz a tia.

A família registrou um boletim de ocorrência na Delegacia Sede de Praia Grande. Foram requisitados exames ao Instituto Médico Legal (IML). A Polícia Civil investigará o caso.

O que dizem os hospitais

Em nota, a Central de Regulação da Baixada Santista informa que auxiliou o Hospital Irmã Dulce com o agendamento de atendimento Oncológico na Beneficência Portuguesa, serviço de referência para câncer na região.

Já a direção do Hospital Municipal Irmã Dulce, comandado pela organização social SPDM por R$ 12 milhões ao mês, testou se eximir de culpa. Por meio de nota ao G1, a direção alegou que a paciente foi assistida com todos os recursos disponíveis na unidade. De acordo com a instituição, ela apresentava necessidade de atendimento em oncologia, especialidade para a qual o Irmã Dulce não é referência.

A hipótese diagnóstica foi possível após a realização de diversos exames, inclusive de imagem, suficientes para firmar tal hipótese, ratificando a necessidade da inserção da paciente na Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde (CROSS), o que foi feito.

A paciente então foi encaminhada à avaliação no Hospital Santo Antônio (Beneficência Portuguesa de Santos) em 13 de maio, referência para o tipo de atendimento que necessitava.

“Novamente, como o Irmã Dulce não é referência para este tipo de atendimento, cabe então à rede de saúde referenciada a integralidade da assistência, conforme protocolos do Sistema Único de Saúde”, diz o hospital.

“Porém, no mesmo dia, a unidade referência para oncologia encaminhou novamente a paciente ao Hospital Irmã Dulce, com uma série de pedidos de procedimentos oncológicos, que, reafirmamos, não são realizados no Irmã Dulce. Desde então o hospital buscou formas para ofertar o atendimento nesta especialidade à paciente. Infelizmente, nesse meio tempo, a paciente apresentou piora do seu quadro, não respondendo às intervenções realizadas e veio à óbito em 6 de maio”, acrescentou a unidade.

Já a Beneficência Portuguesa de Santos esclarece que a jovem Lediana Araújo dos Santos não esteve internada na instituição. Ela foi encaminhada indevidamente sem diagnóstico firmado pelo hospital de origem, Irmã Dulce, para uma avaliação que não foi conclusiva pela falta dos exames necessários.

Ineficiência e médico falso

Desleixo e improviso parecem ser as marcas da gestão do Hospital Irmã Dulce, cuja responsabilidade é da SPDM. O equipamento é o mesmo onde um falso médico chegou a atuar por um ano dando plantões, atendendo inclusive a casos suspeitos de Covid-19.

O caso foi destaque na imprensa na semana passada e nós também noticiamos. Veja aqui.

A SPDM mantém um contrato com a Prefeitura de Praia Grande de R$ 136 milhões para promover este tipo de atendimento.


Reafirmamos…

Todos estes anos de subfinanciamento do SUS, de desmantelamento dos demais direitos sociais, de aumento da exploração, acirramento da crise social, econômica e sanitária são reflexos de um modo de produção que visa apenas obter lucros e rentabilidade para os capitais. Mercantiliza, precariza e descarta a vida humana, sobretudo dos trabalhadores. O modelo de gestão da Saúde por meio das Organizações Sociais é uma importante peça desta lógica nefasta e por isso deve ser combatido.

Não à Terceirização e Privatização da Saúde Pública! Em defesa do SUS 100% Estatal e de Qualidade!

 

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