Em maio deste ano, mostramos o caso da pequena Luma, que sofreu o drama de lutar contra o câncer e contra o péssimo atendimento na UPA Central de Santos. A unidade diagnosticou a criança como tendo uma virose quando ela estava, na verdade, com um tumor na cabeça.
Depois de uma peregrinação pelas unidades terceirizadas e hospitais filantrópicos, somente no PS da Zona Leste, com médicos e enfermeiros de carreira, pertencentes ao quadro da rede municipal de Saúde, é que a paciente teve a atenção e encaminhamento adequados para poder tratar o problema. Relembre aqui.
A história foi contada pelo site G1 (leia a reportagem).
“Da policlínica, a minha filha foi encaminhada de ambulância até a UPA, onde ainda teve que aguardar uma hora por atendimento após a chegada. Quando eu disse que ela estava com fortes dores de cabeça, o médico me olhou, perguntou o que ele poderia fazer e mandou eu ir embora. Foi um descaso”, contou na época a mãe de Luma, Jéssica César Fernandes.
Depois de idas e vindas em diversos hospitais públicos do município, a menina foi levada pela mãe ao Pronto Socorro da Zona Leste. Nesse momento, uma pediatra viu a seriedade do assunto e correu atrás da internação de Luma, que foi encaminhada ao Pronto Socorro Silvério Fontes.
No dia 5 de julho, Luma fazia a tomografia que constatou um tumor cerebelar meduloblastoma nível quatro, um dos mais agressivos que existem na região cerebral. Depois, passou por uma série de cirurgias entre julho e agosto, fazendo o 6º procedimento no dia 31 de agosto do ano passado.
O portal agora publicou o desfecho, felizmente bem sucedido.
Para ler a reportagem clique aqui.
Importante lembrar que a UPA Central, onde o médico tratou a menina com descaso, é gerida pela organização social Fundação do ABC, empresa que responde a inúmeros processos e denúncias por irregularidades cometidas com dinheiro da Saúde em várias cidades do Estado.
A OS foi a primeira a ser contratada pelo Governo de Paulo Alexandre (PSDB) e desde então já obteve aumento nos repasses, que hoje somam cerca de R$ 21 milhões por ano. Na última audiência pública de prestação de contas na Câmara a entidade não apresentou dados. O mesmo aconteceu com as outras OSs contratadas pela prefeitura: SPDM (UPA da Zona Noroeste) e Instituto Social Hospital Alemão Oswaldo Cruz (Hospital dos Estivadores).
Em Santos e no Brasil todo, o subfinanciamento do SUS, o desmantelamento dos demais direitos sociais, o aumento da exploração, o acirramento da crise social, econômica e sanitária é reflexo de um modo de produção que visa apenas obter lucros e rentabilidade para os capitais. Mercantiliza, precariza e descarta a vida humana, sobretudo as vidas dos trabalhadores. O modelo de gestão da Saúde por meio das Organizações Sociais é uma importante peça desta lógica nefasta e por isso deve ser combatido.
Não à Terceirização e Privatização da Saúde Pública! Em defesa do SUS 100% Estatal e de Qualidade!
A Vida acima do Lucro!