PARENTES DE DIRETORES DE ORGANIZAÇÃO SOCIAL QUE COMANDA HOSPITAL NO RIO FURARAM FILA DA VACINA

PARENTES DE DIRETORES DE ORGANIZAÇÃO SOCIAL QUE COMANDA HOSPITAL NO RIO FURARAM FILA DA VACINA

Sindserv 28 anos (65)

furafila

A segunda-feira (22) começa movimentada no Rio, com uma operação deflagrada pela Polícia Civil contra os “fura-filas” da vacinação contra a Covid-19.

Os agentes cumprem mandados na casa de dois diretores da Organização Social (OS) Instituto Sócrates Guanaes e no Hospital Estadual Azevedo Lima, em Niterói, na Região Metropolitana do RJ que é administrado pela OS.

Segundo as autoridades policiais, a Organização Social (OS) que administra o Hospital Estadual Azevedo Lima, em Niterói, desviou doses que deveriam ser do público prioritário.

A ação busca apreender documentos e provas sobre a prática de “fura-fila” de vacina nas salas da Diretoria, Vacinação, Recursos Humanos e Arquivo do Hospital.

As investigações foram deflagradas após denúncias do Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro (Coren/RJ) relatando que dois filhos, de 16 e 20 anos, de um diretor da Organização Social haviam tomado a vacina sem ser do grupo prioritário. Na última semana, foram realizadas diligências no local e foram encontradas diversas rasuras e vulnerabilidades na lista de vacinados, inclusive o nome do filho do diretor de 16 anos como “acadêmico de medicina”.

Conforme o delegado Thales Nogueira, da Delegacia de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro, a mãe dos jovens também tem cargo de gestão na OS Instituto Sócrates Guanaes. Todos foram intimados a depor.

“Verificamos que as listas de vacinados estavam muito inconsistentes, com várias rasuras, vários espaços em branco, pessoas com idade incompatível sendo colocadas como acadêmicos de medicina”, disse o delegado.

Nogueira acrescentou que recebeu uma foto dos dois na fila de vacinação. “Eles foram intimados a prestar depoimento para explicar por que eles tomaram essas doses.”

A especializada pediu à Justiça a busca e apreensão da lista de vacinados e a relação de estagiários, acadêmicos, internos e residentes da unidade para comparação.

Má gestão

A ISG é uma organização social como tantas outras que têm histórico de denúncias de irregularidades no trato com o dinheiro público e de problemas no atendimento aos usuários de saúde.

Na semana passada publicamos aqui no Ataque aos Cofres Públicos um caso ocorrido no Hospital Regional de Itanhaém em que uma gestante em trabalho de parto foi dispensada por uma médica e logo depois ela acabou parindo em casa.

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O pai teve que fazer o parto e ainda salva a criança que nasceu sem respirar, com o cordão enrolado no pescoço. Saiba mais aqui.

Terceirização ameaça as políticas públicas de várias formas

Mais uma vez fica claro a quem e a qual objetivo a terceirização e privatização da saúde pública servem.

Disfarçadas sob uma expressão que esconde sua verdadeira natureza, as OSs não passam de empresas privadas em busca de lucro fácil, que substituem a administração pública e a contratação de profissionais pelo Estado. Várias possuem histórico de investigações e processos envolvendo fraudes, desvios e outros tipos de crimes.

No setor da saúde, essas “entidades”, quando não são instrumentos para corrupção com dinheiro público, servem como puro mecanismo para a terceirização dos serviços, o que resulta invariavelmente na redução dos salários e de direitos.

Há até casos em que esse as organizações sociais são protegidas ou controladas integrantes de facções do crime organizado, como PCC.

No meio desta pandemia, além do medo de se contaminar e contaminar assim os seus familiares, profissionais da saúde enfrentam também a oferta despudorada de baixos salários e falta de estrutura de trabalho, o que contrasta com a importância da atuação deles no combate ao COVID-19.

É evidente que o saldo para a sociedade é a má qualidade do atendimento, o desmonte do SUS e, pior ainda: o risco às vidas.

Todos estes anos de subfinanciamento do SUS, de desmantelamento dos demais direitos sociais, de aumento da exploração, acirramento da crise social, econômica e sanitária são reflexos de um modo de produção que visa apenas obter lucros e rentabilidade para os capitais. Mercantiliza, precariza e descarta a vida humana, sobretudo dos trabalhadores. O modelo de gestão da Saúde por meio das Organizações Sociais é uma importante peça desta lógica nefasta e por isso deve ser combatido.

Não à Terceirização e Privatização da Saúde Pública! Em defesa do SUS 100% Estatal e de Qualidade!

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