Vira e mexe o desrespeito com pacientes nas unidades de saúde terceirizadas por organizações sociais (OSs) beira o insustentável. Quando acontece, a situação acaba furando as barreiras da mídia e sendo divulgada nos veículos de comunicação nem sempre dispostos a criticar os governos e as empresas.
Na última segunda (8), o clima esquentou literalmente na UPA da Zona Noroeste de Santos, gerenciada pela OS SPDM.
Moradores recorreram ao G1 (veja aqui) para reclamar da grande demora no atendimento. Segundo testemunhas, havia pessoas passando mal por conta do calor na unidade.
A foto abaixo é de um dos pacientes que estavam no local e que não se conformaram com o desrespeito:
Abaixo reproduzimos a matéria:
Moradores reclamam de demora no atendimento da UPA da Zona Noroeste de Santos
Segundo testemunhas, havia pessoas passando mal por conta do calor na unidade, nesta segunda-feira (8)
Moradores de Santos, no litoral paulista, que procuraram os serviços médicos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Zona Noroeste nesta segunda-feira (8) relataram fila, calor e demora para serem atendidos. Segundo apurado pelo G1, a unidade estava cheia e não havia distanciamento social, medida de proteção contra a Covid-19.
A reportagem conversou com o autônomo João Carlos Silva, que chegou pela manhã à UPA em busca de atendimento. “Eu cheguei aqui era 11h30, com fortes dores de cabeça, e já faz mais de três horas que aguardo para ser atendido. As pessoas estavam alteradas, bravas, por conta da demora. A triagem para pessoas com Covid está sendo feita no mesmo local, tudo misturado”, reclama.
Segundo o autônomo, além da demora, os pacientes ainda tinham que enfrentar o calor e a lotação na unidade. “Nós chegamos à UPA e ela já estava lotada, todo mundo misturado, sem distanciamento social, com chances de pegar o coronavírus. As pessoas ficavam lá por conta do calor. Uma senhora teve que ser carregada, porque não tem cadeira de rodas lá, e gente passando mal”, conta.
Resposta
Em nota, a SPDM, organização social que realiza a gestão da UPA da Zona Noroeste, informou que a unidade está com escala médica completa para o período diurno, que corresponde a quatro clínicos, dois pediatras e um ortopedista, e que, das 7h às 16h, foram abertas 295 fichas para atendimento médico.
Ainda conforme a organização, destes atendimentos, 1,69% possui classificação de risco com prioridade vermelha (os atendimentos ocorrem de imediato, com tempo zero de espera), amarela 10,51%, verde 28,81%, e azul 58,98%. Verdes e azuis são atendimentos não-urgentes.
“Portanto, apesar do empenho de toda a equipe, em decorrência do número de atendimentos, há espera superior ao preconizado, porém, qualquer paciente pode ser reclassificado se houver necessidade”, conclui a SPDM.