O caso da Pró-Vida, a organização social ficha suja que tantos martírios gerou em Guarujá, segue produzindo desdobramentos.
A coluna Dia a Dia do Jornal A Tribuna deste domingo (28) mostra que a as trocas de acusações entre o homem tido como responsável pela OS e o prefeito Válter Suman (PSB) ainda produzem muita fumaça. Quem vai averiguar se o ditado que diz onde há fumaça há fogo está correto é o Legislativo. Veja na matéria abaixo os detalhes.
Câmara de Guarujá vai apurar denúncias contra o prefeito Válter Suman
Suman negou as acusações e citou que os fatos revelados são vazios e infundados
A temperatura política subiu em Guarujá neste mês, após o prefeito Válter Suman (PSB) ter acatado uma recomendação do Ministério Público de São Paulo para romper o contrato com a organização social (OS) Pró-Vida, que gerenciava a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Rodoviária e as unidades do Programa de Saúde da Família (PSF).
Após esse fato, o empresário Almir Matias da Silva, que teria ligação com a OS, fez vários relatos de possíveis infrações político-administrativas cometidas pelo chefe do Executivo. Suman negou as acusações e citou que os fatos revelados são vazios e infundados.
Quatro denúncias foram protocoladas na Câmara com base nas alegações de Silva e os pedidos para a abertura de uma comissão processante foram rejeitados. Porém, após uma solicitação do vereador Edilson Dias (PT), todos esses casos foram encaminhados para análise da Comissão de Fiscalização e Controle do Legislativo, que tem o poder para realizar essa investigação.
Grupo Fiscalizador
Esse colegiado do Parlamento da Pérola do Atlântico é comandado por Naldo Perequê (PSB). A comissão conta ainda com outros quatro vereadores: Juninho Eroso (PP), Mário Lúcio da Conceição (PSB), Raphael Vitiello (PSD) e Sirana Bosonkian (PTB).
Passo a passo
Segundo informações da Câmara, os membros desse grupo podem solicitar por escrito informações, requisitar documentos e realizar perícias. Após concluídos os trabalhos, será elaborado um relatório circunstanciado para indicar os responsáveis e as providências cabíveis para manifestação do plenário.
Abaixo os links de matérias que já fizemos sobre as denúncias e também muitas outras mostrando os impactos nefastos da OS Pró-Vida na saúde de Guarujá:
2021
CASO PRÓ-VIDA: EM MEIO DENÚNCIAS DE CORRUPÇÃO GUARUJÁ ARCA COM SALÁRIOS DE TERCEIRIZADOS
PRÓ-VIDA É RETIRADA DE UNIDADES DE GUARUJÁ POR FALHAS E INEFICIÊNCIA
2020
GUARUJÁ: ÀS VÉSPERAS DO NATAL, FUNCIONÁRIOS DA OS PRÓ-VIDA AMARGAM ATRASO NO SALÁRIO
GUARUJÁ: TERCEIRIZADOS DO PAM RODOVIÁRIA TOMAM CALOTE NO VALE-REFEIÇÃO E FGTS
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CPI DAS QUARTEIRIZAÇÕES VAI CONVOCAR FALSO MÉDICO PRESO EM PRAIA GRANDE
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TERCEIRIZADA DEIXA TRABALHADORES DE CUBATÃO SEM SALÁRIOS
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2019
Absurdo: paciente com câncer recebe sonda vencida há 9 meses em UPA terceirizada do Guarujá
Pró-Vida ou Pró-Morte? Mais um caso suspeito de negligência em UPA terceirizada
E a rescisão? Ex-funcionários de OS de Guarujá estão tomando calote da gestora
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Blitz flagra problemas em UPA, PSs e hospital terceirizados na região
2018
Guarujá insiste em contratar OS emergencialmente para Usafas
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Entenda melhor o retrocesso desse modelo
Disfarçadas sob uma expressão que esconde sua verdadeira natureza, as OSs não passam de empresas privadas, que substituem a administração pública e a contratação de profissionais pelo Estado. Várias possuem histórico de investigações e processos envolvendo fraudes, desvios e outros tipos de crimes.
No setor da saúde, essas “entidades”, quando não são instrumentos para corrupção com dinheiro público, servem como puro mecanismo para a terceirização dos serviços, o que resulta invariavelmente na redução dos salários e de direitos.
Há até casos em que esse as organizações sociais são protegidas ou controladas integrantes de facções do crime organizado, como PCC.
No meio desta pandemia, além do medo de se contaminar e contaminar assim os seus familiares, profissionais da saúde enfrentam também a oferta despudorada de baixos salários e falta de estrutura de trabalho, o que contrasta com a importância da atuação deles no combate ao COVID-19.
É evidente que o saldo para a sociedade é a má qualidade do atendimento, o desmonte do SUS e, pior ainda: o risco às vidas.
Todos estes anos de subfinanciamento do SUS, de desmantelamento dos demais direitos sociais, de aumento da exploração, acirramento da crise social, econômica e sanitária são reflexos de um modo de produção que visa apenas obter lucros e rentabilidade para os capitais. Mercantiliza, precariza e descarta a vida humana, sobretudo dos trabalhadores. O modelo de gestão da Saúde por meio das Organizações Sociais é uma importante peça desta lógica nefasta e por isso deve ser combatido.
Não à Terceirização e Privatização da Saúde Pública! Em defesa do SUS 100% Estatal e de Qualidade!