ABSURDO: PACIENTE SOME DE MADRUGADA E É ENCONTRADO A 3 KM DE DISTÂNCIA DE HOSPITAL EM PRAIA GRANDE

ABSURDO: PACIENTE SOME DE MADRUGADA E É ENCONTRADO A 3 KM DE DISTÂNCIA DE HOSPITAL EM PRAIA GRANDE

Sindserv 28 anos (241)

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Reportagem do Jornal A Tribuna retrata o atendimento relapso e frouxo do Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande, comandado pela organização social SPDM.

O pior só não aconteceu por sorte e pela boa vontade de uma moradora. Ela encontrou um idoso andando de forma desnorteada, tentando atravessar a rua, no bairro da Guilhermina. Qual não foi a surpresa quando ela descobriu que o homem era um paciente que estava internado no Hospital Irmã Dulce e que saiu do hospital durante a madrugada, sem que qualquer funcionário tivesse notado.

A moradora chamou o SAMU e a ambulância levou o paciente de volta para o leito de onde jamais poderia ter saído.

A SPDM é a responsável pela gestão do equipamento desde que a OS FUABC não teve o contrato renovado por diversas irregularidades. A troca da empresa de nada adiantou. O serviço segue ruim,a despeito dos muitos milhões pagos pela prefeitura de Praia Grande à OS.

São R$ 136 milhões por ano para gerir o hospital e unidades de saúde de urgência e emergência da Cidade. O contrato, firmado em 2018, tem prazo de 5 anos.

A quantia que faz falta e não impediu muitos problemas e denúncias sobre o serviço. Nem mesmo que um médico falso fosse contratado para atender funcionários com suspeita de Covid-19. Relembre aqui.  O hospital também vive às voltas com alagamentos e falta de materiais.

Veja abaixo a matéria de A Tribuna sobre o idoso que saiu da internação e se perdeu:

Paciente do Irmã Dulce sai de hospital durante a madrugada sem ser percebido

Idoso foi encontrado pela manhã a 3 km de distância da unidade de saúde de Praia Grande

Um idoso saiu do Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande, na madrugada desta quinta-feira (29), por volta das 2 horas da manhã, sem ser percebido. Ele foi encontrado por volta das 8h, por Thamyres Kundzins, funcionária de uma marcenaria na Avenida Presidente Kennedy, no bairro da Guilhermina, a cerca de
3 km de distância do hospital.

Ela afirma que, quando foi ao encontro dele, notou que o mesmo estava atravessando a rua de um lado para o outro. “Ele parecia muito cansado, percebi que estava desnorteado”, contou ela à reportagem de ATribuna.com.br.

O idoso foi encontrado sem documentos, vestindo roupas do hospital e sem máscara. Ele foi resgatado no local por uma ambulância, e, segundo a Prefeitura de Praia Grande, já foi levado pelo SAMU de volta para o complexo hospitalar.
“Na hora passava uma viatura da GCM, que me orientou a ligar no 199 ou 153. Depois, liguei no 192 e expliquei toda a situação, e uma ambulância veio buscá-lo por volta das 9h45. Antes disso, ele tomou café, comeu pão e foi ao banheiro”, contou Thamyres.

Questionada sobre o ocorrido nesta madrugada (29), a assessoria do Hospital Irmã Dulce afirmou em nota que não possui autorização para divulgar informações sobre o caso.

Além disso, noticiamos recentemente que a SPDM não foi capaz sequer de fornecer EPIs adequados aos trabalhadores do Irmã Dulce. Saiba mais.

A SPDM é a mesma organização social que atua na UPA da Zona Noroeste de Santos e que tem protagonizado muitas denúncias de ineficiência e caos no atendimento. Em âmbito estadual, a OS também tem nas costas várias investigações e problemas na prestação de contas.

Veja nos links abaixo as matérias mais recentes envolvendo a OS ficha suja:

OSs EM SANTOS: SPDM DEIXA UPA DA Z. NOROESTE SEM PEDIATRA

SPDM: JUDICIÁRIO CONDENA HOSPITAL IRMÃ DULCE POR NÃO GARANTIR SEGURANÇA SANITÁRIA

MÉDICO DA SPDM É ACUSADO DE AGREDIR CRIANÇA DE 8 ANOS NA UPA DE PRAIA GRANDE

JUDICIÁRIO DO TRABALHO FECHA O CERCO CONTRA SPDM POR FALHAS NO IRMÃ DULCE

UPA DA ZONA NOROESTE ERRA EM DIAGNÓSTICO E GERA SOFRIMENTO DESNECESSÁRIO A PACIENTE

Terceirização ameaça as políticas públicas de várias formas

Mais uma vez fica claro a quem e a qual objetivo a terceirização e privatização da saúde pública servem.

Disfarçadas sob uma expressão que esconde sua verdadeira natureza, as OSs não passam de empresas privadas em busca de lucro fácil, que substituem a administração pública e a contratação de profissionais pelo Estado. Várias possuem histórico de investigações e processos envolvendo fraudes, desvios e outros tipos de crimes.

No setor da saúde, essas “entidades”, quando não são instrumentos para corrupção com dinheiro público, servem como puro mecanismo para a terceirização dos serviços, o que resulta invariavelmente na redução dos salários e de direitos.

Há até casos em que esse as organizações sociais são protegidas ou controladas integrantes de facções do crime organizado, como PCC.

No meio desta pandemia, além do medo de se contaminar e contaminar assim os seus familiares, profissionais da saúde enfrentam também a oferta despudorada de baixos salários e falta de estrutura de trabalho, o que contrasta com a importância da atuação deles no combate ao COVID-19.

É evidente que o saldo para a sociedade é a má qualidade do atendimento, o desmonte do SUS e, pior ainda: o risco às vidas.

Todos estes anos de subfinanciamento do SUS, de desmantelamento dos demais direitos sociais, de aumento da exploração, acirramento da crise social, econômica e sanitária são reflexos de um modo de produção que visa apenas obter lucros e rentabilidade para os capitais. Mercantiliza, precariza e descarta a vida humana, sobretudo dos trabalhadores. O modelo de gestão da Saúde por meio das Organizações Sociais é uma importante peça desta lógica nefasta e por isso deve ser combatido.

Não à Terceirização e Privatização da Saúde Pública! Em defesa do SUS 100% Estatal e de Qualidade!

 

 

 

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