TERCEIRIZADOS DE OS DA SAÚDE FICAM SEM SALÁRIO EM PLENA PANDEMIA

TERCEIRIZADOS DE OS DA SAÚDE FICAM SEM SALÁRIO EM PLENA PANDEMIA

Sindserv 28 anos (376)

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Trabalhadores da saúde contratados pela organização social Associação Saúde em Movimento (ASM), contratada para administrar hospitais públicos de campanha do Distrito Federal estão com os pagamentos atrasados em às portas da provável terceira onda da pandemia de Covid-19.

O problema ocorre em quatro locais administrados pela ASM e afeta centenas de terceirizados. A OS é responsável por administrar mais de 200 leitos e não pagou salários de maio. Há ainda alguns casos em que nem o mês de abril foi depositado. As reclamações referem-se aos atendimentos nos hospitais de campanha da Polícia Militar e de Santa Maria.

Para o Jornal Metrópoles, uma enfermeira que preferiu não se identificar e que presta serviços no Hospital de Campanha da Polícia Militar do DF,  conta que o problema é geral. “Isso nunca tinha acontecido, mas, agora, está um problema grande. Não estamos conseguindo respostas. A empresa é baiana, e a maioria dos funcionários do alto escalão não mora aqui, o que dificulta o contato”, relata.

Segundo a funcionária da unidade hospitalar, há um grupo de WhatsApp com alguns membros da ASM que não forneciam respostas diretas sobre o pagamento que deveria ter ocorrido no início do mês. Nesta terça-feira (8/6), uma nota foi encaminhada e gerou mais dúvidas. “Ficou parecendo que só vão nos pagar se o contrato for renovado. Tenho filho para criar, aluguel para pagar.  A gente não pode se matar de trabalhar para acontecer algo assim”, reclamou a colaboradora.

Impasse

Dá para ver que os trabalhadores estão sendo usados como reféns numa tentativa forçada da OS de renovar contratos que estariam por vencer.

Uma nota encaminhada à imprensa local, a empresa alega que as tratativas para a assinatura de novo contrato causaram o “atraso do repasse financeiro estipulado no contrato, firmado com o Distrito Federal, nº 104/2020, o que, de fato, impactou diretamente na situação econômica e financeira da ASM, culminando assim, de forma imprevisível, inevitável e alheia à vontade desta instituição, no atraso salarial dos seus empregados referente à competência de maio de 2021”.

Em outro depoimento publicado na reportagem, uma técnica de enfermagem que trabalha nos leitos de Santa Maria, confirmou o mesmo problema por lá. “No nosso caso, está uma dúvida muito grande, pois paramos de receber pacientes em um determinado ponto. Vimos muito maquinário sendo retirado, e ninguém fala nada”, disse.

Relatos de atrasos no pagamento dos funcionários do Hospital de Base e em Ceilândia, todos geridos pela AMS, também foram repassados.

No caso dos médicos, que  também são terceirizados, porém de outra maneira, também há atrasos. Enquanto as outras categorias são contratadas com carteira assinada, eles recebem por intermédio de outra empresa, que faz a distribuição dos salários.

Por causa desta intermediação, o pagamento desses profissionais sempre ocorre entre os dias 20 e 30 do mês seguinte ao trabalhado. Desse jeito, eles deveriam ter recebido o salário de abril no fim de maio, o que não ocorreu. “Nós não temos vínculo, estamos bem vulneráveis. A empresa que faz essa intermediação disse que ainda não recebeu o dinheiro e está aguardando o repasse”, explica um médico do hospital de campanha da PMDF.

Em nota, a empresa Sanos Med repassa a responsabilidade para o Governo: “o único motivo informado [para os atrasos], repise-se, é o atraso no repasse governamental”.

Já a Secretaria de Saúde garantiu que “os repasses para a empresa ASM estão em dia. O pagamento do último mês está em fase de instrução, dentro do prazo previsto em contrato”.

 

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