MAIS DUAS OSs TÊM CONTRATOS IRREGULARES NA SAÚDE DE CUBATÃO

MAIS DUAS OSs TÊM CONTRATOS IRREGULARES NA SAÚDE DE CUBATÃO

Sindserv 28 anos (660)

upacasqueiro

As mazelas decorrentes da terceirização na saúde em Cubatão não param de surgir. As situações prejudiciais aos cofres públicos e à população se acumulam e atravessam mandatos.

Abaixo, duas decisões recentes do Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP) que mostram os quanto foi lesiva a decisão de passar para organizações sociais a gestão de equipamentos de urgência e emergência.

Começando pelo contrato mais recente, que diz respeito ao governo do atual prefeito Ademário Oliveira (PSDB). Em setembro de 2017, o tucano contratou sem licitação, por R$ 9,3 milhões, a Organização Social Instituto Alpha de Medicina para Saúde para operacionalização, gerenciamento e execução de ações no Pronto Socorro Central “Guiomar Ferreira Roebbelen”, Pronto Socorro Infantil “Enf. Joaquim Nogueira” e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).

O TCE julgou o contrato irregular elencando como justificativas não só a falta de licitação sem configuração de situação emergencial, como também o plano de trabalho falho, ausência de orçamento com custos individualizados, falta de definição de metas e critérios de avaliação de desempenho e outras irregularidades reincidentes.

Revolução

Outro contrato julgado irregular é relativo à Organização Social Saúde Revolução, para a operacionalização da gestão e da execução de ações e serviços de saúde na Unidade de Pronto Atendimento 24h UPA, no Parque São Luiz.

O termo aditivo em análise foi firmado em janeiro de 2016, pela ex-prefeita Márcia Rosa (PT). O contrato em si já havia sido reprovado, em 15 de setembro do ano passado.

No caso do aditamento igualmente condenado, objetivo foi prorrogar o prazo contratual por 12 meses, a um valor fixado em R$ 16.786.655,88.

CONTRA TODAS AS FORMAS DE TERCEIRIZAÇÃO E CONTRA A PEC 32!

Disfarçadas sob uma expressão que esconde sua verdadeira natureza, as organizações sociais (OSs), organizações da sociedade civil (OSCs) e oscips não passam de empresas privadas, que substituem a administração pública e a contratação de profissionais pelo Estado. Várias possuem histórico de investigações e processos envolvendo fraudes, desvios e outros tipos de crimes.

No setor da saúde, essas “entidades”, quando não são instrumentos para corrupção com dinheiro público, servem como puro mecanismo para a terceirização dos serviços, o que resulta invariavelmente na redução dos salários e de direitos dos trabalhadores.

Falando novamente em ensino público municipal, a Educação Infantil tem cada vez mais unidades subvencionadas para entidades que recebem dinheiro público e não são fiscalizadas. A assistência social também tem sido rifada desta mesma forma pelo atual governo.

É evidente que todo esse processo de terceirização à galope traz como saldo para a sociedade a má qualidade do atendimento e o desmonte das políticas públicas.

Todos estes anos de subfinanciamento do SUS e demais serviços essenciais, de desmantelamento dos direitos sociais da classe trabalhadora, aumento da exploração e acirramento da crise social, econômica e sanitária são reflexos de um modo de produção que visa apenas obter lucros e rentabilidade para os capitais.

Mercantiliza, precariza e descarta a vida humana, sobretudo dos trabalhadores, enquanto executores dos serviços ou enquanto usuários destes mesmos serviços. O modelo de gestão pública por meio das Organizações Sociais e entidades afins é uma importante peça desta lógica nefasta e por isso deve ser combatido sempre.

E vem aí a Reforma Administrativa por meio da PEC 32, em rápida tramitação no Congresso. O objetivo, como sempre, é simplesmente acabar com o serviço público como conhecemos e transformar as administrações em grandes cabides para contratação de indicados e cabos eleitorais com total respaldo da lei. Também vai, na prática, acabar com os concursos públicos.

O dinheiro público agora poderá ser desviado oficialmente para as empresas amigas, as campanhas eleitorais e as rachadinhas (aquele esquema em que o político contrata alguém, mas exige que o contratado deposite parte do próprio salário na conta do político).

A Reforma não acaba com privilégios, nem mexe com eles. Ao contrário, mantêm os privilégios e os altos salários de juízes, políticos, promotores, diplomatas, cúpula dos militares e outros.

O único objetivo dessa Reforma é piorar os serviços públicos e atacar os servidores que atendem a população mais vulnerável.

Não à Terceirização e Privatização dos serviços públicos! Contra da PEC 32 e em defesa das políticas públicas!

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