Uma servidora municipal de Santos usou seu perfil no Instagram para denunciar a demissão cruel de profissionais terceirizadas, contratadas pela Prefeitura de Santos, por meio de uma entidade privada.
na época em que o serviço estava prestes a ser terceirizado, o Ataque aos Cofres Públicos e o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Santos alertou dos riscos da precarização no atendimento e na alta rotatividade das educadoras justamente na função de mediação de inclusão escolar, que tanto depende da formação de vínculos para ser bem sucedido.
Não deu outra. O Governo de Santos gasta milhões com uma empresa, ao invés de abrir concursos e aproveitar os professores concursados que já se dispõem a fazer esse trabalho com excelência.
Veja abaixo o relato da servidora:
“Venho por meio deste post demonstrar o meu repúdio à empresa AME – Associação Metroviários Excepcionais contratada pela Prefeitura de Santos para ser responsável pela mediação dos alunos de inclusão de algumas UMEs de Santos. A empresa citada demitiu todos os seus funcionários próximo às festas de Natal e Ano Novo, não se preocupando com o bem estar dessas pessoas. A alegação foi que a Prefeitura de Santos não irá repassar a verba no mês de janeiro, período de férias das escolas. A falta de preocupação da prefeitura e da empresa AME a esses trabalhadores que cumpriram muito bem o seu papel o ano inteiro é extremamente revoltante.
Peço ajuda dos vereadores e cidadãos para intervir em prol desses funcionários compartilhando esse post.
Grata
TAMIRES FERREIRA LOPES
Servidora municipal e cidadã santista.”
Abaixo os links de algumas matérias que o Ataque publicou sobre o assunto:
APÓS SEIS MESES, TERCEIRIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL EM SANTOS TÊM VÁRIOS PROBLEMAS
GOVERNO DE SANTOS ESTÁ “PASSANDO A BOIADA” NAS TERCEIRIZAÇÕES
CONTRA TODAS AS FORMAS DE TERCEIRIZAÇÃO E CONTRA A PEC 32!
Disfarçadas sob uma expressão que esconde sua verdadeira natureza, as organizações sociais (OSs), organizações da sociedade civil (OSCs) e oscips não passam de empresas privadas, que substituem a administração pública e a contratação de profissionais pelo Estado. Várias possuem histórico de investigações e processos envolvendo fraudes, desvios e outros tipos de crimes.
No setor da saúde, essas “entidades”, quando não são instrumentos para corrupção com dinheiro público, servem como puro mecanismo para a terceirização dos serviços, o que resulta invariavelmente na redução dos salários e de direitos dos trabalhadores.
Falando novamente em ensino público municipal, a Educação Infantil tem cada vez mais unidades subvencionadas para entidades que recebem dinheiro público e não são fiscalizadas. A assistência social também tem sido rifada desta mesma forma pelo atual governo.
É evidente que todo esse processo de terceirização à galope traz como saldo para a sociedade a má qualidade do atendimento e o desmonte das políticas públicas.
Todos estes anos de subfinanciamento do SUS e demais serviços essenciais, de desmantelamento dos direitos sociais da classe trabalhadora, aumento da exploração e acirramento da crise social, econômica e sanitária são reflexos de um modo de produção que visa apenas obter lucros e rentabilidade para os capitais.
Mercantiliza, precariza e descarta a vida humana, sobretudo dos trabalhadores, enquanto executores dos serviços ou enquanto usuários destes mesmos serviços. O modelo de gestão pública por meio das Organizações Sociais e entidades afins é uma importante peça desta lógica nefasta e por isso deve ser combatido sempre.
E vem aí a Reforma Administrativa por meio da PEC 32, em rápida tramitação no Congresso. O objetivo, como sempre, é simplesmente acabar com o serviço público como conhecemos e transformar as administrações em grandes cabides para contratação de indicados e cabos eleitorais com total respaldo da lei. Também vai, na prática, acabar com os concursos públicos.
O dinheiro público agora poderá ser desviado oficialmente para as empresas amigas, as campanhas eleitorais e as rachadinhas (aquele esquema em que o político contrata alguém, mas exige que o contratado deposite parte do próprio salário na conta do político).
A Reforma não acaba com privilégios, nem mexe com eles. Ao contrário, mantêm os privilégios e os altos salários de juízes, políticos, promotores, diplomatas, cúpula dos militares e outros.
O único objetivo dessa Reforma é piorar os serviços públicos e atacar os servidores que atendem a população mais vulnerável.
Não à Terceirização e Privatização dos serviços públicos! Contra da PEC 32 e em defesa das políticas públicas!