SEGUNDA EDIÇÃO DA OPERAÇÃO SUTURA APONTA MAIS DESVIOS NA SAÚDE EM CIDADES DO SUL

SEGUNDA EDIÇÃO DA OPERAÇÃO SUTURA APONTA MAIS DESVIOS NA SAÚDE EM CIDADES DO SUL

Sindserv 28 anos (751)

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Mais uma região do país foi alvo de operação policial visando combater  a corrupção na saúde pública via organizações sociais (OSs) nesta última semana de março. Na quarta-feira (30), foi a vez das cidades de Santa Catarina , Paraná e Rio Grande do Sul serem cenários de mandados de busca e apreensão de agentes policiais.

A operação “Sutura II” foi realizada nas cidades catarinenses de Itapema, Balneário Camboriú, Porto Belo, Navegantes, além de Curitiba (Paraná) e Pelotas (Rio Grande do Sul).

De acordo com o inquérito policial, há indícios de desvios de recursos públicos por intermédio de uma Organização Social (OS) no município de Itapema. A entidade prestou serviços de 2013 até o início de 2017, no Hospital Santo Antônio.

A investigação é uma continuidade dos fatos apurados que culminaram com a deflagração da operação Sutura, cujo o procedimento descortinou uma organização criminosa que possuía o objetivo de se apropriar ilicitamente do dinheiro destinado à saúde do município de Penha.

À época da deflagração da operação Sutura, os agentes constataram que o município de Itapema destinou mais de R$ 18 milhões de reais à mesma organização sediada em Penha. No entanto, ainda não havia indícios suficientes do esquema ilícito operado naquela cidade.

Em resumo, a investigação aponta que o modus operandi do crime se manteve igual ao descortinado na cidade de Penha, trocando apenas alguns agentes da organização criminosa. Na investigação policial que culminou na operação desta quarta-feira, parte dos valores do contrato firmado entre a Organização Social e o município de Itapema, cujo objeto era gerir o Hospital Santo Antônio, foi desviado para empresas prestadoras de serviços e a agentes políticos que, na época, eram responsáveis pela gestão do contrato no município.

No total, foram expedidos pelo Poder Judiciário de Balneário Piçarras 14 mandados de busca e apreensão e de sequestro de bens dos investigados a fim de reparar o dano sofrido pelo município de Itapema.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Marcos Vinicius Flaire, ainda não é possível precisar quanto de recurso foi desviado, mas a estimativa é de que passe de R$ 5 milhões.

Para a imprensa o delegado informou ainda que organização atuava a partir de notas frias, anexadas à prestação de contas. “Desses valores, parte permanecia com os supostos prestadores de serviço; a outra parte ficava com agentes políticos”, afirmou. Na prática, a OS dizia ter gasto um valor maior do que o de fato usou e a diferença era dividida entre empresários, diretores do hospital e também agentes públicos.

CONTRA TODAS AS FORMAS DE TERCEIRIZAÇÃO E CONTRA A PEC 32!

Disfarçadas sob uma expressão que esconde sua verdadeira natureza, as organizações sociais (OSs), organizações da sociedade civil (OSCs) e oscips não passam de empresas privadas, que substituem a administração pública e a contratação de profissionais pelo Estado. Várias possuem histórico de investigações e processos envolvendo fraudes, desvios e outros tipos de crimes.

No setor da saúde, essas “entidades”, quando não são instrumentos para corrupção com dinheiro público, servem como puro mecanismo para a terceirização dos serviços, o que resulta invariavelmente na redução dos salários e de direitos dos trabalhadores.

Falando novamente em ensino público municipal, a Educação Infantil tem cada vez mais unidades subvencionadas para entidades que recebem dinheiro público e não são fiscalizadas. A assistência social também tem sido rifada desta mesma forma pelo atual governo.

É evidente que todo esse processo de terceirização à galope em todo o Brasil traz como saldo para a sociedade a má qualidade do atendimento e o desmonte das políticas públicas.

Todos estes anos de subfinanciamento do SUS e demais serviços essenciais, de desmantelamento dos direitos sociais da classe trabalhadora, aumento da exploração e acirramento da crise social, econômica e sanitária são reflexos de um modo de produção que visa apenas obter lucros e rentabilidade para os capitais.

Mercantiliza, precariza e descarta a vida humana, sobretudo dos trabalhadores, enquanto executores dos serviços ou enquanto usuários destes mesmos serviços. O modelo de gestão pública por meio das Organizações Sociais e entidades afins é uma importante peça desta lógica nefasta e por isso deve ser combatido sempre.

E vem aí a Reforma Administrativa por meio da PEC 32, em rápida tramitação no Congresso. O objetivo, como sempre, é simplesmente acabar com o serviço público como conhecemos e transformar as administrações em grandes cabides para contratação de indicados e cabos eleitorais com total respaldo da lei. Também vai, na prática, acabar com os concursos públicos.

O dinheiro público agora poderá ser desviado oficialmente para as empresas amigas, campanhas eleitorais e as rachadinhas (aquele esquema em que o político contrata alguém, mas exige que o contratado deposite parte do próprio salário na conta do político).

A Reforma não acaba com regalias, nem mexe com quem enriquece com elas. Ao contrário, mantêm os privilégios e os altos salários de juízes, políticos, promotores, diplomatas, cúpula dos militares e outros.

O único objetivo dessa Reforma é piorar os serviços públicos e atacar os servidores que atendem a população mais vulnerável.

Não à Terceirização e Privatização dos serviços públicos! Contra da PEC 32 e em defesa das políticas públicas!

 

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