Mais um desfalque na área da saúde operado por uma organização social (OS) vem à tona em Goiás. E o prejuízo foi causado durante a pandemia de Covid-19, em 2020, segundo apurou a Polícia Federal.
Inclusive, no dia da operação deflagrada pelo órgão, no último dia 2, foi divulgado um vídeo com seis veículos de luxo apreendidos chegando no pátio da corporação.
A investigação revelou que sócios de empresas privadas contratadas para prestarem serviços para a OS investigada, gestora de hospitais públicos em Goiás, repassavam parte dos valores recebidos de volta para empresas laranjas, que eram comandadas pelos mesmos gestores da OS.
Os investigados poderão responder pelos crimes de peculato, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa, com penas máximas que, somadas, podem atingir 37 anos de prisão.
A PF não divulgou o nome da OS e nem mesmo os envolvidos no caso.
A Operação Sepse cumpriu seis mandados de busca e apreensão na capital Goiânia. O nome dado à operação é uma alusão à “infecção” (ilegalidade) generalizada nos contratos sob investigação.
CONTRA TODAS AS FORMAS DE TERCEIRIZAÇÃO E PRIVATIZAÇÃO!
Como se vê, terceirizar os serviços é fragilizar as políticas públicas, colocar a população em risco e desperdiçar recursos valiosos com ineficiência, má administração ou até má fé de entidades privadas.
Disfarçadas sob uma expressão que esconde sua verdadeira natureza, as organizações sociais (OSs), organizações da sociedade civil (OSCs) e oscips e não passam de empresas privadas, que substituem a administração pública e a contratação de profissionais pelo Estado. Várias possuem histórico de investigações e processos envolvendo fraudes, desvios e outros tipos de crimes.
No setor da saúde, essas “entidades”, quando não são instrumentos para corrupção com dinheiro público, servem como puro mecanismo para a terceirização dos serviços, o que resulta invariavelmente na redução dos salários e de direitos.
Embora seja mais visível na Saúde, isso ocorre em todas as áreas da administração pública, como Educação, Cultura e Assistência Social. O saldo para a sociedade é a má qualidade do atendimento, o desmonte do SUS, das demais políticas públicas e, pior ainda: o risco às vidas.
Todos estes anos de subfinanciamento do SUS e demais serviços essenciais, de desmantelamento dos direitos sociais, de aumento da exploração, acirramento da crise social, econômica e sanitária são reflexos de um modo de produção que visa apenas obter lucros e rentabilidade para os capitais. Mercantiliza, precariza e descarta a vida humana, sobretudo dos trabalhadores. O modelo de gestão por meio das Organizações Sociais e entidades afins é uma importante peça desta lógica nefasta e por isso deve ser combatido.
Não à Terceirização e Privatização dos serviços públicos!