DUAS CRIANÇAS MORREM DE FORMA SUSPEITA EM UPA TERCEIRIZADA DE SINOP (MT) E PREFEITURA DETERMINA QUE OS ABRA SINDICÂNCIA

DUAS CRIANÇAS MORREM DE FORMA SUSPEITA EM UPA TERCEIRIZADA DE SINOP (MT) E PREFEITURA DETERMINA QUE OS ABRA SINDICÂNCIA

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A Prefeitura de Sinop determinou que o Instituto de Gestão de Políticas Públicas (IGPP), organização social de saúde que gerencia uma UPA na cidade mato grossense, faça uma sindicância para apurar as mortes de duas crianças ocorridas este m6es no serviço. O Município também determinou o afastamento da médica responsável.

De acordo com a imprensa local, após esperar 1h por leito de UTI, uma criança de 2 anos morreu na unidade, no último sábado (18).

A prefeitura do município enviou uma nota aos veículos de imprensa alegando que a paciente apresentava um quadro clínico bastante grave e a primeira avaliação indicou a necessidade de uma UTI pediátrica com urgência.

De acordo com o documento, foi buscada a transferência da criança através do sistema de regulação para um hospital de referência estadual.

A menina aguardou a liberação do leito de UTI por 1 hora, até que o sistema identificou, apenas, no município de Cáceres. Segundo a nota, durante esse período, a paciente permaneceu recebendo todos os cuidados semi-intensivos da equipe multiprofissional que compõe o quadro clínico da unidade.

Ainda segundo a Prefeitura, com um quadro clínico agravado e evoluindo rapidamente, a criança parou de responder aos estímulos e acabou morrendo.

Outro caso

A outra morte de criança registrada na UPA de Sinop foi no dia 8 deste mês, Manuella Tecchio, de 3 anos, morreu após receber atendimento na unidade com quadro de sintomas gripais e tosse seca.

A Polícia Civil pediu a exumação do corpo da menor para investigar se houve negligência, imprudência ou até mesmo imperícia médica.

Manuella havia sido levada para a unidade por apresentar quadro gripal e tosse, mas foi mandada para casa, após consulta e exames, conforme a família. Como teve uma piora no quadro, foi encaminhada à UPA, novamente, e morreu durante atendimento médico.

De acordo com o delegado Ugo Mendonça, uma investigação foi aberta para identificar os profissionais que estavam atuando nos dias em que a criança recebeu atendimento na UPA.

Caso o laudo comprove que a morte da criança partiu de uma ação médica, os eventuais responsáveis deverão responder por homicídio culposo, além de responderem administrativamente no Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT).

“Essa tosse não estava cessando e cada vez estava aumentando mais. Portanto, na segunda-feira [6 de março], resolvemos procurar a UPA para consultá-la. Chegando lá, a médica atendeu, pediu exame de urina e de sangue. Ela avaliou e disse que estavam normais, passou um expectorante para tosse alérgica e mandou a minha filha de volta para casa”, contou Lucas Tecchio, pai da criança, em relação ao primeiro atendimento.

Segundo Lucas, a filha não melhorou e, na terça-feira, dia 8, a família retornou com a criança na unidade de saúde. No novo atendimento, foi solicitado um raio-X, que apontou que o pulmão dela já estava comprometido.

“Eles entraram em uma sala com ela que a gente não teve mais acesso. Fizeram algum procedimento que a gente não sabe qual foi. Ainda não nos passaram o prontuário do atendimento. Depois, só entregaram ela morta para nós”, relatou.

A identidade da médica responsável identidade da profissional não foi divulgada.

Em nota, o município reafirmou que determinou ao Instituto de Gestão de Políticas Públicas (IGPP), que faz a gestão da unidade, a abertura, imediata, de uma sindicância para apurar o atendimento e os protocolos adotados que envolveram a morte da criança.

“A sindicância implica no afastamento das atividades profissionais da médica que atendeu a paciente. Para que a investigação dos fatos não seja afetada, a médica deverá permanecer afastada da instituição de saúde até que as investigações sejam concluídas. Com isso, a profissional, ficará impedida de acessar as instalações da UPA”, diz.

De acordo com o município, Manoella foi admitida na UPA com queixa de deficiência respiratória, tendo, em poucas horas, um agravamento do quadro clínico. A direção da unidade afirmou que todos os protocolos médicos foram aplicados, no entanto, na madrugada do dia 8 de março, a paciente morreu.

CONTRA TODAS AS FORMAS DE TERCEIRIZAÇÃO E PRIVATIZAÇÃO!

Como se vê, terceirizar os serviços é fragilizar as políticas públicas, colocar a população em risco e desperdiçar recursos valiosos com ineficiência, má administração ou até má fé de entidades privadas.

Disfarçadas sob uma expressão que esconde sua verdadeira natureza, as organizações sociais (OSs), organizações da sociedade civil (OSCs) e oscips e não passam de empresas privadas, que substituem a administração pública e a contratação de profissionais pelo Estado. Várias possuem histórico de investigações e processos envolvendo fraudes, desvios e outros tipos de crimes.

No setor da saúde, essas “entidades”, quando não são instrumentos para corrupção com dinheiro público, servem como puro mecanismo para a terceirização dos serviços, o que resulta invariavelmente na redução dos salários e de direitos.

Embora seja mais visível na Saúde, isso ocorre em todas as áreas da administração pública, como Educação, Cultura e Assistência Social. O saldo para a sociedade é a má qualidade do atendimento, o desmonte do SUS, das demais políticas públicas e, pior ainda: o risco às vidas.

Todos estes anos de subfinanciamento do SUS e demais serviços essenciais, de desmantelamento dos direitos sociais, de aumento da exploração, acirramento da crise social, econômica e sanitária são reflexos de um modo de produção que visa apenas obter lucros e rentabilidade para os capitais. Mercantiliza, precariza e descarta a vida humana, sobretudo dos trabalhadores. O modelo de gestão por meio das Organizações Sociais e entidades afins é uma importante peça desta lógica nefasta e por isso deve ser combatido.

Não à Terceirização e Privatização dos serviços públicos!

 

 

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