Na noite da última segunda-feira (7), na 40ª Reunião Ordinária da Câmara de Piracicaba, o vereador Paulo Campos (Podemos) denunciou o caos na saúde pública da Cidade. O parlamentar narrou uma visita que fez à UPA do bairro Vila Cristina, em companhia do vereador Cássio Luiz Barbosa (PL), na última sexta-feira (5), por volta das 23 horas, após receber o chamado de um munícipe.

Paulo Campos relatou que não havia nenhum médico para atender a população. “É muito triste tudo isso porque existiam pacientes que estavam lá fora aguardando para serem efetivamente atendidos, contudo não tinha nenhum médico atendendo”, disse o vereador.

Paulo Campos comentou ainda sobre a postura que teria sido adotada por alguns funcionários da organização social Mahatma Gandhi, que gerencia a unidade. “Eles querem bater boca ainda, muito triste tudo isso”, justificou o vereador. Para ele, havia bons médicos que atendiam no local antes de ser terceirizado e atualmente existe uma “inoperância” na saúde.

O vereador relatou também o óbito de uma paciente que, de acordo com ele, aconteceu por falta de vaga em hospitais da cidade, pois a esperava já durava duas semanas.

CONTRA TODAS AS FORMAS DE TERCEIRIZAÇÃO E PRIVATIZAÇÃO!

Como se vê, terceirizar os serviços é fragilizar as políticas públicas, colocar a população em risco e desperdiçar recursos valiosos com ineficiência, má administração ou até má fé de entidades privadas.

Disfarçadas sob uma expressão que esconde sua verdadeira natureza, as organizações sociais (OSs), organizações da sociedade civil (OSCs) e oscips e não passam de empresas privadas, que substituem a administração pública e a contratação de profissionais pelo Estado. Várias possuem histórico de investigações e processos envolvendo fraudes, desvios e outros tipos de crimes.No setor da saúde, essas “entidades”, quando não são instrumentos para corrupção com dinheiro público, servem como puro mecanismo para a terceirização dos serviços, o que resulta invariavelmente na redução dos salários e de direitos.

Embora seja mais visível na Saúde, isso ocorre em todas as áreas da administração pública, como Educação, Cultura e Assistência Social. O saldo para a sociedade é a má qualidade do atendimento, o desmonte do SUS, das demais políticas públicas e, pior ainda: o risco às vidas.

Todos estes anos de subfinanciamento do SUS e demais serviços essenciais, de desmantelamento dos direitos sociais, de aumento da exploração, acirramento da crise social, econômica e sanitária são reflexos de um modo de produção que visa apenas obter lucros e rentabilidade para os capitais. Mercantiliza, precariza e descarta a vida humana, sobretudo dos trabalhadores. O modelo de gestão por meio das Organizações Sociais e entidades afins é uma importante peça desta lógica nefasta e por isso deve ser combatido.

Não à Terceirização e Privatização dos serviços públicos!