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NA ONDA DOS PATRIMÔNIOS IMATERIAIS DE SANTOS, SERÁ A VEZ DO BRIGADEIRO?

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Dentre os 36 projetos apresentados pelo vereador Adriano Piemonte em 2023, um deles visa tornar o brigadeiro de café com menta um patrimônio cultural e imaterial da Cidade de Santos.

Nada temos contra brigadeiros e nem contra a preservação de bens “imateriais” importantes para a história de um lugar. Porém, banalizar esse tipo de iniciativa não parece útil em nenhum aspecto.

Depois da capoeira, futebol de várzea e do pão de cará serem objeto de projetos de lei para esse fim, agora é a vez do brigadeiro de café com menta.

Veja o que disse o historiador Odair José Pereira, em uma matéria sobre o assunto.

“Para ser considerado um patrimônio imaterial precisa existir alguma peculiaridade no modo em que é feito e que seja passado por gerações. O pão de cará de Santos, por exemplo, precisa ter algumas peculiaridades em relação aos pães produzidos em outros lugares para ter essa classificação”.

A matéria, publicada no Jornal A Tribuna, ainda complementa: “Caso não tenha essa relação de diferença entre os costumes locais dos demais, há uma quebra de valor. Se não for dessa forma, há o risco de banalizar e tudo vira patrimônio, fazendo com que se perca o sentido original, que é o de guardar as práticas e sua singularidade. Há um perigo. Porque o patrimônio imaterial tem que estar ligado a uma prática histórica reconhecida pela comunidade como algo local e por um longo tempo. Se a gente começa a transformar as coisas em patrimônio histórico imaterial, a gente perde o sentido inicial de preservação e vira um pouco de politicagem”.

Politicagem via homenagens, entrega de medalhas, placas e títulos é o que os vereadores mais sabem fazer. O parlamentar em questão, por exemplo, apresentou cinco trabalhos nesse sentido no ano que passou.

Fazer média com personalidades, políticos aliados e empresas não é tarefa do Legislativo.

Na cidade com uma arrecadação bilionária e crescente, responsabilidade política é que deveria ser considerado como um patrimônio imaterial.

VEREADORES DE SANTOS, PARA QUEM ELES TRABALHAM?