Mais um caso de irresponsabilidade dos governos que entregam serviços essenciais para empresas que visam apenas o lucro.
Médicos terceirizados que prestam serviço para as três maternidades municipais de Goiânia paralisaram os atendimentos eletivos por 48 horas. A paralisação começou nesta terça-feira (23) e tem como objetivo reivindicar regularidade no pagamento de salários e melhores condições de trabalho.
Os profissionais prestam serviço para a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), Organização Social que administra as maternidades Célia Câmara, Dona Iris e Nascer Cidadão.
Segundo a presidente do Sindicato dos Médicos do Estado de Goiás (Simego), Franscine Leão, o diálogo para solucionar os problemas já ocorre há pelo menos 7 meses, mas até o momento nada foi feito. Ela ainda explica que faltam insumos básicos para o atendimento dos pacientes.
Procurada pela imprensa, a Fundahc disse que os esclarecimentos devem ser dados pela Secretaria Municipal de Saúde. A pasta não se pronunciou.
CONTRA TODAS AS FORMAS DE TERCEIRIZAÇÃO E PRIVATIZAÇÃO!
Como se vê, terceirizar os serviços é fragilizar as políticas públicas, colocar a população em risco e desperdiçar recursos valiosos com ineficiência, má administração ou até má fé de entidades privadas.
Disfarçadas sob uma expressão que esconde sua verdadeira natureza, as organizações sociais (OSs), organizações da sociedade civil (OSCs) e oscips e não passam de empresas privadas, que substituem a administração pública e a contratação de profissionais pelo Estado. Várias possuem histórico de investigações e processos envolvendo fraudes, desvios e outros tipos de crimes.No setor da saúde, essas “entidades”, quando não são instrumentos para corrupção com dinheiro público, servem como puro mecanismo para a terceirização dos serviços, o que resulta invariavelmente na redução dos salários e de direitos.
Embora seja mais visível na Saúde, isso ocorre em todas as áreas da administração pública, como Educação, Cultura e Assistência Social. O saldo para a sociedade é a má qualidade do atendimento, o desmonte do SUS, das demais políticas públicas e, pior ainda: o risco às vidas.
Todos estes anos de subfinanciamento do SUS e demais serviços essenciais, de desmantelamento dos direitos sociais, de aumento da exploração, acirramento da crise social, econômica e sanitária são reflexos de um modo de produção que visa apenas obter lucros e rentabilidade para os capitais. Mercantiliza, precariza e descarta a vida humana, sobretudo dos trabalhadores. O modelo de gestão por meio das Organizações Sociais e entidades afins é uma importante peça desta lógica nefasta e por isso deve ser combatido.
Não à Terceirização e Privatização dos serviços públicos!