O Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe) está em risco de ter seu prédio privatizado. Para resistir a mais essa ameaça à saúde dos trabalhadores do Estado, no próximo dia 25, servidores públicos, sindicatos e instituições de representatividade de classe realizarão uma manifestação para marcar posição contrária ao projeto do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Atualmente, o Iamspe também sofre com a falta de atendimento e baixo investimento nos serviços. A mobilização será em frente ao Ambulatório do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE).

Venda

Um site desenvolvido pelo governo de São Paulo divulgou a venda de diversos prédios públicos, entre eles, o prédio do Iamspe. Segundo a Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado (APqC), o valor informado do prédio do Iamspe era de R$ 926.082.300.

No entanto, a página foi retirada do ar e, conforme o governo, “levou ao ar informações descontextualizadas”. Agora, quando acessada, aparece como “em manutenção”. Veja aqui.  Segundo a gestão, o governo pretende vender “apenas parte” dos prédios, mas não disse quais.

Para o deputado estadual Carlos Giannazi (PSol), que acionou o Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) e o Tribunal de Contas do Estado (TCE) cobrando a investigação da inclusão dos prédios públicos no site de venda, Tarcísio de Freitas quer virar uma espécie de corretor e transformar São Paulo em uma grande imobiliária!

“O Governo criou site para vender os imóveis públicos através do Portal de Imóveis (imoveis.sp.gov.br) onde estão listados inúmeros terrenos, áreas de preservação, casas e prédios espalhados por todo o estado. Vários deles, inclusive, abrigam instituições e equipamentos estaduais em uso, como a Pinacoteca, o Hospital das Clínicas, a Casa das Rosas e o IAMSPE”, disse o deputado em sua rede social Facebook.

Em nota, o Iamspe informou que, sobre o leilão de venda dos imóveis públicos, “essa não é uma decisão do instituto, e que o próprio governo deve falar sobre a decisão.

Sobre a manifestação dos servidores no dia 25, ao ser questionado pela imprensa, o Iamspe não se manifestou. Silêncio também sobre a necessidade de elevar a contrapartida do governo para custeio do instituto.

Entretanto, o órgão informou oficialmente que já solicitou a inclusão de novos médicos por meio de chamamento público para o quadro do HSPE e novos editais para ampliar os serviços de saúde no estado. Ressaltou ainda que em 2023 houve um aumento de 20% no número de cirurgias no HSPE e 12% no número de consultas ambulatoriais, além de 60 novos convênios no estado. Sobre as cirurgias, o Iamspe afirmou que houve o credenciamento de mais dois hospitais para dar suporte às cirurgias eletivas do HSPE, no entanto, não informou quais os hospitais.

No Pronto-Socorro do HSPE, o Iamspe informou a troca de gestores e criação de comissão gestora para administrar o contrato do PS do HSPE, para agilizar os encaminhamentos dos pacientes. Alega que a empresa terceirizada que atua na unidade está sujeita à multa e à rescisão do contrato caso não melhore sua assistência no PS.