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VEJA OS VEREADORES QUE VOTARAM POR MANTER HOMENAGENS A ESCRAVOCRATAS E AGENTES DA DITADURA
A mesma Câmara que aprova aumento de salário para vereadores, secretários e prefeito, que enche a cidade de placas e medalhas para empresários e que acata bovinamente vetos do Executivo a projetos de interesse público, cumpriu mais um triste papel na sessão desta terça (11): rejeitou o Projeto de Lei 147/202, que visava a substituição de monumentos, estátuas, placas e quaisquer homenagens a escravocratas, higienistas e integrantes da ditadura empresarial-militar de 1964-1985.
Doze vereadores escolheram manter o parecer contrário da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e com isso o projeto foi rejeitado. São eles:
Adriano Catapreta (PSD, 1º Mandato), Alisson Sales (PL, 1º Mandato), Bispo Mauricio (Republicanos, 1º Mandato), Cacá Teixeira (PSDB, 4º Mandato), Chita Menezes (PSB, 2º Mandato), Fábio Duarte (PL, 2º Mandato), Lincoln Reis (Podemos, 3º Mandato), Marcelo Téo (PP, 1º Mandato), Rafael Pasquarelli (União, 1º Mandato), Renata Bravo (PSD, 1º Mandato), Rui de Rossis Jr (PL, 1º Mandato) e Sérgio Santana (PL, 3º Mandato).
Apenas quatro votaram para a proposta prosperar, ou seja, pela derrubada do parecer contrário: além da autora do projeto, Débora Camilo (PSOL, 2º Mandato), Chico Nogueira (PT, 3º Mandato), Dr. Caseiro (PT, 1º Mandato) e Benedito Furtado (PSB, 9º Mandato).
“O passado não se apaga mas a nossa consciência avança e, a partir desse momento em que a gente avança, em que a gente tem acesso a história, é que a gente pode determinar quem deve ser homenageado ou não”, argumentou Débora, ao pedir a derrubada do parecer e a continuidade das discussões.
Não adiantou. O líder do Governo, Cacá Teixeira, afirmou que o projeto era inconstitucional e solicitou que a bancada de apoio ao prefeito Rogério Santos (Republicanos) dissesse sim ao parecer, e não à proposta. ”Para que vamos dar continuidade a um projeto que estamos vendo que não vai ter sucesso?”, perguntou.
Negacionista da ciência e também da história, o vereador bolsonarista Fábio Duarte (PL, 2º Mandato) afirmou que o ‘Movimento de 64’ não foi uma ditadura. “Foi uma ação legítima e não um ato de opressão”.
“O dia de hoje será marcado como uma triste página da história da Câmara de Santos, os vereadores votaram para manter homenagens a escravocratas e agentes da ditadura empresarial-militar. Poderíamos ter avançado na luta contra as injustiças historicamente impostas ao povo brasileiro, escolhendo que tipo de sociedade queremos ser ao elegermos os nossos heróis e nossos símbolos. Os vereadores de Santos votaram contra a possibilidade de sequer discutir e debater sobre o tema”, escreveu a autora do projeto nas redes sociais.
VEREADORES DE SANTOS, PARA QUEM ELES TRABALHAM?