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O DNA DA CÂMARA DE SANTOS NA CIDADE APODERADA PELOS GRANDES EMPRESÁRIOS

O Conselho de Desenvolvimento Urbano (CMDU) de Santos aprovou, no dia 26 de fevereiro, a continuidade de um processo marcado por irregularidades. A decisão ignora a participação social, fragiliza as áreas de ZEIs, empurra moradores de baixa renda para regiões da Cidade onde a oferta de serviços públicos é menor e privilegia uma grande empresa do ramo imobiliário.

Mas tudo isso só foi possível porque em Santos temos um Poder Legislativo que não legisla a favor do povo, mas de interesses privilegiados.

Para quem não sabe, ZEIs significa Zonas Especiais de Interesse Social. O processo se refere a duas áreas de ZEIs na Avenida Ana Costa, que foram destinadas à construção de habitação de interesse social.

Durante 20 anos a Prefeitura nada fez com esses espaços. Não construiu uma unidade habitacional sequer. Até que, no Governo Bolsonaro, essas áreas da união foram vendidas. A construtora que comprou sabia exatamente que eram ZEIs e, por isso mesmo, pagou um valor muito mais vantajoso.

Na sessão desta quinta (6), o vereador Marcos Caseiro (PT, 1º Mandato) explicou a ordem cronológica em que os fatos se deram e como as peças se encaixam no roteiro lamentável. Veja detalhes no vídeo clicando aqui.

Tudo parece muito afinado: com o aval da Câmara (que no ano passado aprovou mudanças no Plano Diretor a pedido do Governo, criando a possibilidade de áreas de Zeis terem seus destinos mudados) os terrenos que deveriam receber moradias populares agora vão acolher um empreendimento de alto padrão. O prédio de luxo será erguido pela Construtora Macuco, que comprou a área social por uma bagatela.

Em troca, a empresa destinará pouco mais de R$ 5 milhões para a Prefeitura construir moradias populares, mas, claro, bem longe das áreas nobres. Provavelmente as unidades, se de fato forem construídas, ficarão em locais onde falta lazer, cultura e eficiência nos serviços. Lá onde os alagamentos são mais constantes e de onde as trabalhadoras e os trabalhadores gastam mais tempo para chegar no emprego.

Os terrenos conquistados pelos movimentos sociais na avenida importante da Cidade agora vão ser objeto de lucro para o ramo da construção civil porque a Câmara, os representantes do governo no CMDU e o próprio prefeito Rogério Santos trabalham juntos em prol daqueles que detêm poder econômico e de costas para a população que mais precisa das políticas públicas.

Esses senhores moram perto da praia, ciclovia, comércio, dos centros de cultura e acham que os pobres, se tiverem a sorte de ter casa própria, devem ficar distantes, às margens da Cidade.

As ações alinhadas entre o setor empresarial imobiliário, o Governo, o Legislativo e o CMDU são um ataque direto à luta popular e aos direitos conquistados com muitos anos de luta.

Pelo direito à Cidade e por mais dignidade a quem precisa! Nenhuma Zeis a menos!