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TUBERCULOSE: SANTOS OCUPA A 6ª POSIÇÃO NA INCIDÊNCIA DA DOENÇA ENTRE AS 645 CIDADES DO ESTADO
As chagas sociais presentes nos cortiços no Centro e nas palafitas na Zona Noroeste, aliadas à ineficiência da Vigilância Epidemiológica e da saúde básica municipais colocam há anos a cidade de Santos no topo da lista das cidades com maior incidência de tuberculose. O município figura na 6ª colocação entre os 645 municípios paulistas, com 121 casos por 100 mil habitantes em 2024.
E isso contando com um PIB (produto interno bruto) posicionado no 5º lugar entre as 15 não capitais mais importantes para a economia brasileira.
Entre 2022 e 2024, a alta de novos casos chegou a 15% na Cidade. Nos últimos 10 anos o avanço da doença chegou a 21%. Hoje, conforme dados dos Boletins Epidemiológicos da Secretaria Municipal da Saúde e do Ministério da Saúde, Santos apresenta um indicador 3 vezes maior que a média brasileira, de 39,7 casos por 100 mil habitantes. Maior também que o número no Estado, de 44,2 casos por 100 mil habitantes.
Todos os dados foram apresentados na audiência pública sobre Tuberculose, realizada na Câmara de Santos, na última segunda (12). O vereador Marcos Caseiro (PT, 1º Mandato), que preside a Comissão de Saúde da Casa Legislativa, classificou a situação como alarmante. “Essa é uma doença com determinações sociais claras, ligada à pobreza. No mundo é a doença infecciosa que mais mata hoje, à frente de Aids e Covid”.
É fácil enxergar isso analisando as áreas com maior incidência na Cidade em 2023. Em 1º lugar está o Centro, com 375 casos/100mil hab., seguido pela Zona Noroeste, com 246/100 mil hab., e pela região dos Morros, com 120 casos/100 mil hab. A Orla ficou com apenas 46 casos.
A mortalidade por tuberculose também preocupa, já que é uma doença tratável e com remédios distribuídos pelo SUS. Em 2023, enquanto o Estado apresentou uma taxa de mortalidade de 2,9 óbitos/ 100 mil hab., em Santos a mesma taxa ficou em 5,1 óbitos/100 mil hab. Neste quesito a Cidade fica com a 9ª colocação entre as 645 cidades paulistas.
Motivos que explicam o cenário são a falta de formação adequada dos profissionais para fazer o diagnóstico, dificuldades de acesso nas chamadas portas de entrada da doença na rede municipal de saúde, falta de um sistema efetivo de busca ativa para evitar o abandono do tratamento e o sucateamento da política de consultórios de rua, essenciais para atuar num dos grandes alvos da tuberculose, que é a população em situação de rua.
Esse cenário negativo da doença em Santos não é algo novo. Porém, só agora parecem estar sendo debatidas as causas e cobradas as soluções. Quando se fala no poder fiscalizatório do Legislativo, é disso que se trata: identificar onde as políticas públicas estão sendo executadas de forma falha para trazer luz aos problemas e exigir do Executivo as medidas saneadoras. A omissão das legislaturas anteriores neste e em muitos outros temas sociais está diretamente ligada à atual realidade sanitária. Quando chegará o tempo da mudança na Cidade que um dia foi exemplo de combate às doenças infectocontagiosas.
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