O cantor sertanejo Almir Matias, condenado em 2022 pelo rolo dos respiradores em Guarujá (SP) e pivô de uma denúncia de desvio de R$ 150 milhões da saúde pública, voltou à cena – agora em Pernambuco.
Segundo fontes ouvidas pelo jornalista pernambucano Magno Martins, Almir já desembarcou 15 vezes no estado nos últimos nove meses, oferecendo Organizações Sociais (OS) “de confiança” a prefeitos recém-eleitos.
O método é sempre o mesmo: ele apresenta várias OS, provoca um leilão de preços e, se não fecha negócio, ameaça vazar dossiês e gravações à imprensa. Num encontro em um hotel do Recife, chegou a bater na mesa e avisar: “Cadeia não me assusta”.
A Justiça paulista proibiu Almir de atuar em contratos públicos de saúde, mas ele segue negociando bastidores. Prefeitos pernambucanos temem virar os “próximos delatados” — alguns já relatam ameaças de exposição. O Ministério Público Federal em Pernambuco avalia abrir inquérito. Enquanto isso, Almir dispara reuniões e garante que “não tem nada a perder”.
Veja abaixo algumas matérias que o Ataque aos Cofres Público sobre irregularidades na terceirização da saúde e que envolvem Almir Matias.
CANTOR E EMPRESÁRIO PRESO É APONTADO COMO RESPONSÁVEL POR DESVIOS NA SAÚDE DE CUBATÃO E GUARUJÁ
CASO PRÓ-VIDA: CÂMARA DE GUARUJÁ DECIDE SOBRE DENÚNCIAS DE LOTEAMENTO E FUNCIONÁRIOS FANTASMAS
MPF DENUNCIA PREFEITO DO GUARUJÁ E MAIS SETE POR DESVIOS DE RECURSOS DA SAÚDE VIA OSs
PREFEITO DE CUBATÃO É INDICIADO POR DESVIAR R$ 2,7 MILHÕES COM TERCEIRIZAÇÃO NA SAÚDE
OSs NA SAÚDE: PF PEDIU PRISÃO DE EMPRESÁRIO E APREENSÃO DE CELULAR DO PREFEITO DE CUBATÃO
OPERAÇÃO NÁCAR: JUSTIÇA MANDA RETIRAR TORNOZELEIRAS DE INVESTIGADOS POR DESVIOS VIA OSs
CASO PRÓ-VIDA: DENÚNCIAS DE EMPRESÁRIO LIGADA A OS VÃO À COMISSÃO DE FISCALIZAÇÃO DA CÂMARA
CASO PRÓ-VIDA: EM MEIO DENÚNCIAS DE CORRUPÇÃO GUARUJÁ ARCA COM SALÁRIOS DE TERCEIRIZADOS
CONTRA TODAS AS FORMAS DE TERCEIRIZAÇÃO!
Disfarçadas sob uma expressão que esconde sua verdadeira natureza, as organizações sociais (OSs), organizações da sociedade civil (OSCs) e oscips e não passam de empresas privadas, que substituem a administração pública e a contratação de profissionais pelo Estado. Várias possuem histórico de investigações e processos envolvendo fraudes, desvios e outros tipos de crimes.
No setor da saúde, essas “entidades”, quando não são instrumentos para corrupção com dinheiro público, servem como puro mecanismo para a terceirização dos serviços, o que resulta invariavelmente na redução dos salários e de direitos.
Isso ocorre em todas as áreas da administração pública, em especial na Saúde. No meio desta pandemia, além do medo de se contaminar e contaminar assim os seus familiares, profissionais da saúde terceirizados enfrentam também a oferta despudorada de baixos salários, atrasos nos pagamentos, corte de direitos e falta de estrutura de trabalho, o que contrasta com a importância da atuação deles no combate ao COVID-19.
É evidente que o saldo para a sociedade é a má qualidade do atendimento, o desmonte do SUS, das demais políticas públicas e, pior ainda: o risco às vidas.
Todos estes anos de subfinanciamento do SUS e demais serviços essenciais, de desmantelamento dos demais direitos sociais, de aumento da exploração, acirramento da crise social, econômica e sanitária são reflexos de um modo de produção que visa apenas obter lucros e rentabilidade para os capitais. Mercantiliza, precariza e descarta a vida humana, sobretudo dos trabalhadores. O modelo de gestão da Saúde por meio das Organizações Sociais e entidades afins é uma importante peça desta lógica nefasta e por isso deve ser combatido.
Não à Terceirização e Privatização dos serviços públicos!