A página Mil Grau na Tela recebeu, sob pedido de sigilo absoluto, um relato grave envolvendo o Hospital Municipal de Cubatão, administrado pela OS Associação Brasileira Caminho de Damasco. Veja abaixo a matéria ou clique aqui para ler diretamente na página Mil Grau na Tela:
Segundo profissionais da unidade, a supervisora da UTI e Semi-Intensiva, juntamente com sua enfermeira de referência, estaria promovendo um ambiente de assédio, perseguição, gritos, humilhação e abuso psicológico contra a equipe de enfermagem.
🔎 HISTÓRICO DE ASSÉDIO
A denúncia aponta que a mesma supervisora já foi desligada do Hospital Estivadores, após responder por assédio, perder o processo e ser condenada a indenizar uma técnica de enfermagem. Mesmo assim, voltou a ocupar cargo de liderança em Cubatão — e, segundo os relatos, repete as mesmas condutas.
⚠️ COLABORADORES PASSANDO MAL NO SETOR
Profissionais afirmam que colegas chegaram a passar mal durante o plantão, precisando de atendimento médico. Em vez de apoio, a supervisora e sua referência teriam reagido com sorrisos de deboche.
💥 EXPOSIÇÃO HUMILHANTE DE TENTATIVA DE AUTOEXTERMÍNIO
Uma funcionária que enfrentou uma tentativa de autoextermínio teria tido sua situação exposta e ridicularizada em reunião, agravando ainda mais o sofrimento mental da equipe.
🧠 ENFERMAGEM ADOECENDO
De acordo com o relato, a unidade vive um cenário de:
- Ameaças
- Tirania e abuso de poder
- Gritos e humilhações constantes
- Afastamentos por ansiedade e depressão
- Sobrecarga emocional e medo
- Profissionais adoecendo enquanto tentam cuidar de pacientes
📄 DENÚNCIAS JÁ CHEGARAM À SECRETARIA DE SAÚDE
A equipe afirma que um documento foi entregue à Secretaria de Saúde de Cubatão, e vereadores da cidade já cobraram providências e até o desligamento da supervisora.
Até agora, segundo os denunciantes, nada foi feito. Pior: a conduta da supervisora teria se agravado.
🗣️ “ENFERMAGEM DOENTE CUIDANDO DE DOENTES”
O relato termina com um pedido urgente de ajuda:
“Estamos vivendo ameaças, tirania, abusos psicológicos e colapsos emocionais. A enfermagem precisa de socorro.”
A página segue aberta para novos relatos e espera um posicionamento dos responsáveis.
INVESTIGAÇÃO TRABALHISTA EM OUTROS ESTADOS
A Organização Social Caminho de Damasco tem uma ficha corrida recheada de problemas. Em 9 de outubro último, a imprensa do Piauí mostrou que a empresa é investigada pela Procuradoria do Trabalho.
A Procuradoria do Trabalho no Município de Picos (PI) instaurou inquérito civil em face da OS com o objetivo de apurar indícios de irregularidades envolvendo condições de trabalho na administração pública. Saiba mais aqui.
Entre os temas que são foco do inquérito estão: suposta alteração contratual ou das condições de trabalho, desvio e/ou acúmulo de função, questões referentes à duração do trabalho, jornada de trabalho, remuneração e benefícios, bem como o salário mínimo nacional, normativo ou profissional.
Em razão dos indícios de irregularidades, o Ministério Público do Trabalho decidiu aprofundar as investigações com o objetivo de garantir a defesa da ordem jurídica, bem como dos interesses dos trabalhadores.
A Caminho de Damasco administra no município as seguintes unidades: UPA 24h Picos, Novo Hospital Regional de Picos, Central de Diagnósticos de Picos e Hospital Regional Justino Luz.
IRREGULARIDADES EM OUTROS CONTRATOS
Confira nos links abaixo outras matérias publicadas aqui no Ataque envolvendo problemas com a OS Caminho de Damasco:
ORGANIZAÇÃO SOCIAL SOCIEDADE CAMINHO DE DAMASCO COMETEU DIVERSAS IRREGULARIDADES NA SAÚDE DE CUBATÃO
PACIENTE CAI DO SEXTO ANDAR DE HOSPITAL MUNICIPAL COMANDADO POR ORGANIZAÇÃO SOCIAL EM CUBATÃO
CUBATÃO FIRMA CONTRATO EMERGENCIAL COM ORGANIZAÇÃO SOCIAL PROBLEMÁTICA
ORGANIZAÇÃO SOCIAL RECEBE REPASSE E NÃO PAGA SALÁRIOS EM UBS DA Z. NORTE DE SP
SERTANEJO PRESO DIZ TER PAGADO PROPINA A PREFEITOS PARA MANTER CONTRATOS COM OSs NA SAÚDE
TERCEIRIZADOS DE CUBATÃO PENAM COM MAIS UM ATRASO NOS SALÁRIOS
TERCEIRIZADA DEIXA TRABALHADORES DE CUBATÃO SEM SALÁRIOS
CONTRA TODAS AS FORMAS DE TERCEIRIZAÇÃO E PRIVATIZAÇÃO!
Como se vê, terceirizar os serviços é fragilizar as políticas públicas, colocar a população em risco e desperdiçar recursos valiosos com ineficiência, má administração ou até má fé de entidades privadas.
Disfarçadas sob uma expressão que esconde sua verdadeira natureza, as organizações sociais (OSs), organizações da sociedade civil (OSCs) e oscips e não passam de empresas privadas, que substituem a administração pública e a contratação de profissionais pelo Estado. Várias possuem histórico de investigações e processos envolvendo fraudes, desvios e outros tipos de crimes.No setor da saúde, essas “entidades”, quando não são instrumentos para corrupção com dinheiro público, servem como puro mecanismo para a terceirização dos serviços, o que resulta invariavelmente na redução dos salários e de direitos.
Embora seja mais visível na Saúde, isso ocorre em todas as áreas da administração pública, como Educação, Cultura e Assistência Social. O saldo para a sociedade é a má qualidade do atendimento, o desmonte do SUS, das demais políticas públicas e, pior ainda: o risco às vidas.
Todos estes anos de subfinanciamento do SUS e demais serviços essenciais, de desmantelamento dos direitos sociais, de aumento da exploração, acirramento da crise social, econômica e sanitária são reflexos de um modo de produção que visa apenas obter lucros e rentabilidade para os capitais. Mercantiliza, precariza e descarta a vida humana, sobretudo dos trabalhadores. O modelo de gestão por meio das Organizações Sociais e entidades afins é uma importante peça desta lógica nefasta e por isso deve ser combatido.
Não à Terceirização e Privatização dos serviços públicos!