Terceirizados da Educação em São Vicente seguem em greve por falta de salários

Terceirizados da Educação em São Vicente seguem em greve por falta de salários

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Funcionários terceirizados da educação e principalmente crianças e suas famílias são sempre a parte mais afetada por ‘gambiarras’ administrativas e financeiras que governos criam para garantir direitos fundamentais como o acesso à educação.

Dentre estas soluções capengas estão os convênios firmados de maneira indiscriminada com Oscips e ONGs. Sempre que há crise na arrecadação, os repasses simplesmente minguam e que se danem a população sem atendimento e os trabalhadores terceirizados, que ficam dias e até meses sem receber salários e benefícios.

Em São Vicente são várias as unidades de ensino que lançam mão desse tipo de saída por meio de convênios com entidades e até mesmo das chamadas associações de Pais e Mestres (APMs). A política de ir  ‘tapando o sol com a peneira’ ou ‘empurrando com a barriga até onde der’ chegou no limite, como mostra a reportagem do Jornal A Tribuna.

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Funcionários da Educação de São Vicente seguem em greve

Mais de mil alunos da rede municipal estão sendo prejudicados; motivo é o atraso no pagamento de salários

Os problemas econômicos que atingem São Vicente têm prejudicado mais de mil alunos da rede municipal. Em razão de pagamentos atrasados a funcionários de oito unidades educacionais, eles estão com suas aulas suspensas ou prejudicadas.

Na manhã de ontem, houve uma manifestação na porta da Prefeitura, organizada pelo Sindicato Intermunicipal dos Empregados em Instituições Beneficentes, Religiosas e Filantrópicas no Estado de São Paulo (Sindbeneficente). Sem a resposta esperada, cer- ca de 300 trabalhadores devem seguir em greve até a regularização. Dentre as escolas com os serviços prejudicados estão o Núcleo Municipal de Atendimento ao Autista (Numaa) Ana Lúcia Almeida de Oliveira, voltada a crianças especiais; e a Creche Municipal Catarina Carbonera Rampon, que possui berçário e é a única com funcionamento noturno em São Vicente.

O problema de pagamentos afeta funcionários contratados pelas unidades pelas associações de Pais e Mestres (APMs), como merendeiras, auxiliares de limpeza, secretárias e inspetoras de alunos. Alguns deles estão sem receber desde abril. Além dos vencimentos, há benefícios como cesta básica e vale-transporte em atraso. Três escolas dispensaram os estudantes nos últimos dias: Emei Mimi Machado, no Jardim Guassu, Emeief Saulo Tarso Marques de Mello, no Parque Continental, e a Emei Dom Pedro I, no Parque São Vicente.

ÂNIMO

Apesar das mudanças na rotina de aulas, pais, diretores e professores manifestaram apoio à briga dos funcionários. Alguns, inclusive, estiveram na manifestação de ontem, como Fátima Vieira, tia de um estudante da Emei Dom Pedro I. “Essa brincadeira já cansou. Todos os meses a gente ouve esses boatos na escola. Com que âni- mo eles trabalham?”.

O filho de 8 anos de Cilene dos Santos Cruz, que estuda na Emeief Saulo Tarso Mar- ques de Mello, ficou em casa ontem. “As crianças estão le- vando lanche ou comida de casa para ficar na escola, por- que é semana de prova e não tem merendeiras. Algumas mães estão lá, ajudando voluntariamente, e fazendo o papel dos funcionários”.

Segundo Camila Nunes Leal, que trabalha na Numaa Ana Lúcia Almeida de Oliveira, essas paralisações são frequentes. “Uma vez por mês nós batemos o cartão aqui (Prefeitura). Quem perde? As crianças que usam fraldas, por exemplo, foram libera- das, porque são funcionários da APM que fazem as trocas”.

Durante o protesto de ontem, até mesmo dirigentes das entidades parceiras do Município compareceram, caso de José Francisco da Silva, presidente da Associação Tic Tac, que mantém uma creche homônima na Vila Margarida. “A Prefeitura me deve cinco repasses, sendo quatro do governo passado. São R$ 75 mil, fora os juros. Não tenho mais como bancar os funcionários”.

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