Nesta quarta-feira (6), em audiência pública em Campo Grande (MT), o modelo de gestão por organizações sociais (OSs) na saúde foi duramente criticado.
Presentes na Câmara Municipal, trabalhadores e sindicatos criticaram a transferência da gestão sob o aspecto da precarização das condições de trabalho e atendimento.
Desde julho do ano passado, uma lei estadual permite a concessão de serviços para OSs em Mato Grosso. Há prefeituras adeptas da alternativa e outras não.
O representante do Sindicato Estadual de Saúde, Ricardo Alexandre Bueno, afirmou que o modelo impacta diretamente os servidores concursados com perda de ganhos profissionais e redução da resolutividade nos atendimentos, sob suposto argumento de economia aos cofres públicos. Como exemplo, ele citou hospital de Goiânia que teve aumento de 73% nos repasses e diminuição de 11,64% no atendimento ambulatorial.
Reforçando os argumentos o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Enfermagem de Campo Grande, Hederson Fritz, questionou que contratar OSs é colocar em xeque a competência do gestor e o trabalho desempenhado por técnicos nas secretarias de saúde. Profissionais ainda estariam sujeitos a cedência para instituição privada e ausência de capacitação.
Quando o chefe de gabinete da Secretaria de Estado de Saúde (SES),Robson Fukuda, rebateu as falas ao afirmar que o modelo consiste em opção para “avançar o produto de saúde ao usuário com qualidade e não temos direitos de negar a população a possibilidade de uma opção viável”, foi vaiado por cerca de 400 profissionais que lotavam o Plenário Oliva Enciso.
Em tom eleitoral, mesmo após abrir mão de sair candidato, o secretário municipal de saúde Ivandro Fonseca frisou que a Capital não pretende terceirizar a gestão de unidades de saúde. Os vereadores Marcos Alex (PT) e Eduardo Cury (SD) também se colocaram contrários a qualquer projeto nesse sentido.