Cerca de R$ 1,5 milhão por mês saem dos cofres municipais para a UPA de mentira instalada na Rua Joaquim Távora, em Santos. Como não há meios (e nem vontade política) de fiscalizar a real aplicação do dinheiro repassado à Fundação do ABC, a organização social (OS) ficha suja, devedora do INSS, deve continuar drenando os recursos públicos de Santos, apesar do recorde de críticas sobre a gestão.
Além dos problemas de sempre, como demora de até 5 horas para consultas, falta de medicamentos e de insumos, cadeiras sem encostos, falta de cadeiras de rodas e poucos funcionários, os usuários amargam problemas como ausência de macas e poucos leitos.
Quem mais sofre com isso são os pacientes com problemas mais sérios, que precisam de internação. Enquanto não aparecem vagas na rede hospitalar local, amargam condições precárias por quatro ou até cinco dias. Portadores de problemas cardíacos, vasculares e até oncológicos são obrigados a ficar ‘internados’ em poltronas, na sala de medicação da unidade.
Lá eles se tornam apenas números para os poucos auxiliares de enfermagem que se dividem na função de aplicar medicações em pacientes menos graves e na atividade extra de cuidar (ou tentar cuidar) dos que deveriam estar em leitos decentes.
Desde que foi inaugurada, em 16 de janeiro de 2016, a FUABC já embolsou R$ 37 milhões. Deverá ter um aumento de verba este ano, na ordem de R$ 3 milhões, oriundos do Ministério da Saúde, após muitos pedidos do Governo santista.
O desperdício vai aumentar. Os vereadores que aprovaram com obediência a terceirização da saúde se calam. Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), que prometeu uma unidade referência em humanização e eficiência, insiste em manter um modelo de gestão que não deu certo.
Até quando os santistas aceitarão?