Uma reportagem do Jornal O Liberal traz o conteúdo de depoimento comprometedor envolvendo a terceirização da saúde em Americana, no interior paulista.
De acordo com o periódico, o ex-diretor técnico e ex-superintendente da Fundação Saúde de Americana, Humberto Mizael Ribon, contou na última sexta (7), que era frequente a prática de “quarteirização” da Saúde no Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi. A prática é proibida em contrato.
Ribon diz, em depoimento prestado à CEI (Comissão Especial de Inquérito), que foi pressionado por seus superiores a incluir as OSs no edital da última licitação para fornecimento de médicos para o equipamento.
A CEI na Câmara de Americana foi aberta para apurar denúncias de irregularidades na terceirização da gestão do hospital.
Sobre a quarteirização, Ribon disse que durante a atuação da OS Plural era comum esse tipo de contratação. E que alguns médicos não tinham CNPJ, se valendo de CNPJs de colegas. Esses recebiam pelos profissionais que efetivamente atuavam nos plantões e depois repassavam o dinheiro. Segundo Ribon, essa era uma maneira de evitar ausência de médicos nos plantões.
A prática de subcontratação era proibida no contrato de gestão, o que sugere a prática de improbidade administrativa.
Outro relato destacado durante o depoimento é a pressão que Ribon disse ter sofrido por parte do secretário de Saúde da época, Nilton Lobo, e do diretor da Plural, Olavo Tarricone Filho, para que fossem incluídas as OSs em novo edital, do ano passado, que culminou com a contratação da OS Hygea. A Plural alega que esta licitação teria sido fraudada.